O ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime, afirmou, durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, que a ação da PM no acampamento golpista na capital sempre foi limitada pelas Forças Armadas.
“A ação da Polícia Militar no acampamento sempre foi limitada pelas Forças Armadas”, afirmou o ex-chefe aos parlamentares na comissão. O acampamento que Naime se refere foi aquele montado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel-General do Exército após o resultado das últimas eleições.
Naime decidiu depor à CPMI mesmo após apresentar um atestado médico para não comparecer à sessão e receber o aval do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio em questões que pudessem levar à autoincriminação.
A CPMI investiga os atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, quando um grupo de contrários ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) invadiu e destruiu as sedes do Congresso Nacional e do STF e o Palácio do Planalto.
Naime está preso desde 7 de fevereiro, alvo da Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, que investiga envolvidos e possíveis financiadores dos atos golpistas.
Amanhã (27), a partir das 9h, será a vez do coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, prestar depoimento. O militar aparece em mensagens periciadas pela PF, no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro. Nas conversas telefônicas reveladas, o coronel pediu a Cid que convencesse o ex-mandatário a dar um golpe de Estado e ordenar uma intervenção militar no Brasil para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorrida em 1º de janeiro.