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Política & Poder

CPI da Covid critica Bolsonaro e diz que pronunciamento tem ‘atraso fatal e doloroso’

No pronunciamento, o presidente exaltou a vacinação contra o vírus e comemorou a transferência de tecnologia para FioCruz

Redação Jornal de Brasília

03/06/2021 7h22

O G7, grupo de sete senadores independentes e de oposição na CPI da Covid divulgou uma nota para criticar o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, veiculado em rede nacional de rádio e TV na noite desta quarta-feira, 2. “A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso”, escreveram os senadores.

No pronunciamento, Bolsonaro exaltou a vacinação contra o vírus e comemorou a transferência de tecnologia para o laboratório da Fiocruz fabricar a vacina da AstraZeneca por conta própria. “O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de gripezinha”, criticaram os integrantes da CPI.

Em discurso que durou cinco minutos, Bolsonaro destacou o número de vacinados no País – novamente a partir de dados absolutos, e não proporcionais – e voltou a se colocar contra as medidas restritivas de governadores. Disse que o “governo não obrigou ninguém a ficar em casa” e não tirou o sustento de milhões de trabalhadores informais.

A nota da CPI conta com as assinaturas do presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), do vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e do relator Renan Calheiros (MDB-AL).

Os senadores que não assinaram foram os governistas Marcos Rogério (DEM-RO), Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE) e Ciro Nogueira (Progressistas-PI), titulares do colegiado, além dos suplentes Marcos do Val (Podemos-ES), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) e Luiz Carlos Heinze (Progressistas-RS). Angelo Coronel (PSD-BA) e Jader Barbalho (MDB-PA), que se auto-intitulam independentes, também não assinaram.

Leia a íntegra da nota da CPI:

A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’.

Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável. A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira.

Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19. A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas.

  • Omar Aziz- Presidente CPI (PSD-AM)
  • Randolfe Rodrigues – Vice Presidente CPI (Rede-AP)
  • Renan Calheiros – Relator (MDB-AL)
  • Em apoio membros efetivos:
  • Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Humberto Costa (PT-PE)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Suplentes:
  • Alessandro Vieira (Cidadania-SE)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)

Estadão Conteúdo

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