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Política & Poder

CPI: Araújo diz que ajudou na importação de insumos da Índia para cloroquina

Araújo afirmou que em março do ano passado havia uma expectativa com relação ao uso do fármaco no tratamento da covid-19 “não só no Brasil”, como disse, o que levou a uma diminuição do estoque do medicamento utilizado contra doenças reumatológicas e malária

Redação Jornal de Brasília

18/05/2021 12h27

Foto: Pedro França/Agência Senado

Em depoimento à CPI da Covid, o ex-chanceler Ernesto Araújo confirmou sua atuação à frente do Ministério das Relações Exteriores na importação de insumos da Índia necessários para a produção da cloroquina. Araújo defendeu o trabalho da pasta neste caso dizendo que com a alta procura do fármaco, “um remédio muito importante que tenha seu estoque preservado”, foi necessário garantir a reserva do medicamento.

Araújo afirmou que em março do ano passado havia uma expectativa com relação ao uso do fármaco no tratamento da covid-19 “não só no Brasil”, como disse, o que levou a uma diminuição do estoque do medicamento utilizado contra doenças reumatológicas e malária. Segundo Araújo, era importante trabalhar na importação dos insumos para manter o estoque do medicamento para seu uso prescrito. “Isso independente dos testes para o tratamento da covid-19”, afirmou.

Na relação do uso do fármaco para o tratamento contra o novo coronavírus, Araújo disse nunca ter recebido uma relação de testes comprovando a eficácia do medicamento no tratamento contra a covid-19, reafirmando que o pedido de importação foi feito por solicitação do Ministério da Saúde. Araújo também confirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu que o Itamaraty intermediasse um telefonema dele com a Índia para tratar sobre o tema.

Com relação à doação de dois milhões de doses de cloroquina ao Brasil pela Estados Unidos no ano passado, o ex-chanceler negou que a entrega tenha sido feita por solicitação de qualquer autoridade brasileira.

Covax

No depoimento, o ex-chanceler disse que “jamais” foi contra a iniciativa do Consórcio Covax Facility para recebimento de vacinas contra a covid-19. Segundo ele, a decisão de o País participar apenas com 10% e não 50% foi do Ministério da Saúde. “Jamais fui contra. O Itamaraty esteve atento desde abril de 2020, assim que o Covax tomou forma, em julho, assinei carta para o gestor do consórcio dizendo que o Brasil tinha interesse em entrar. O contrato ficou pronto em setembro e assinamos naquele momento”, afirmou Araújo.

Reagindo as respostas do ex-ministro, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), disse que o Brasil optou pela fatia de 10% porque “agiu politicamente”. “Por isso o Brasil perdeu tempo e não comprou a vacina. Por isso tivemos só 10% na adesão”, comentou Aziz.

O ex-chanceler também tentou justificar uma oposição a Organização Mundial da Saúde (OMS) em razão de “idas e vindas” por parte da OMS, e disse ter atuado para solucionar impasse na importação do IFA vindo da China.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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