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Política & Poder

Com conflito interno não há chance de prosperar, diz Otávio Leite, de saída do PSDB após 30 anos

Pesaram na decisão as alianças locais, mas também o que ele chama de “fragilização homeopática” do partido

FolhaPress

01/04/2022 20h04

Foto: Divulgação/Setur RJ

Fábio Zanini
São Paulo, SP

Filiado ao PSDB há 30 anos, o deputado federal Otávio Leite (RJ) decidiu deixar a legenda e filiou-se ao União Brasil nesta sexta-feira (1). Pesaram na decisão as alianças locais, mas também o que ele chama de “fragilização homeopática” do partido.

“Não há qualquer chance de um partido, pequeno ou grande, com divergências, com conflitos internos, prosperar”, afirma. Segundo ele, as dificuldades de entendimento vêm provocando um esvaziamento nacional do PSDB. “É um processo homeopático de fragilização.”

Entraram na conta do parlamentar as mudanças da direção nacional a respeito das alianças no Rio de Janeiro. Havia um acordo para apoiar a reeleição do governador Cláudio Castro (PL), permanecendo o apoio ao candidato tucano à Presidência da República, fosse quem fosse.

Mas segundo relata Otávio Leite, a direção nacional determinou o apoio ao candidato do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que, no momento, é o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Felipe Santa Cruz. “Você pode pedir qualquer coisa a um político, menos para ele se suicidar”, disse ao Painel.

Leite é um dos seis deputados federais que deixam a bancada nesta janela partidária. Nesta sexta, Domingos Sávio (MG), também um dos fundadores, despediu-se do grupo de WhatsApp explicando que o fim das coligações o colocou em uma situação complicada para se reeleger. Ele foi para o PL.

Além dos dois, deixaram a legenda Rose Modesto (União-MS), Mara Rocha (MDB-AC), Edna Henrique (Republicanos-PB) e Tereza Nelma (AL), que ainda não anunciou seu destino.

A bancada contabiliza ainda o ingresso de Joice Hasselmann (SP) e Rodrigo Maia (RJ), tendo permanecido com 25 deputados.

Nesta quinta-feira (31), o ex-governador de São Paulo João Doria ensaiou se manter no cargo e abandonar a pretensão de concorrer ao Planalto, mas recuou horas depois e manteve a candidatura. A manobra foi vista com desconfiança e irritou inclusive seus apoiadores.

Enquanto isso, aliados do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite mantêm as movimentações para alçá-lo como candidato, mesmo após ter perdido as prévias. A ideia é fazê-lo alcançar ao menos 5% das intenções de voto até às convenções.

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