Os comandantes das Forças Armadas participaram da reunião golpista realizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 5 de julho e 2022. O encontrou foi registrado e divulgado nesta sexta-feira (09) pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, o ex-comandante da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, e o ex-secretário-geral da Marinha, Marcelo Francisco Campos, fazem parte do grupo de aliados que escutaram o ex-presidente falar, entre diversos assuntos, sobre um possível golpe de Estado e manipulação das eleições daquele ano. A presença dos representantes é encontrada na agenda da Presidência da República do dia.
Durante a reunião, o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira conta que já havia se reunido com os chefes das Forças Armadas a fim de discutir a atuação militar no processo eleitoral e manter Bolsonaro no Poder.
“Estou realizando, semanalmente, reuniões com os comandantes de Força. Este cenário nós estudamos, trabalhamos, e temos reuniões decisivas pela frente para vermos o que pode ser feito; que ações poderão ser tomadas para que possamos ter transparência, segurança, condições de auditoria e para que as eleições transcorram da forma como a gente sonha. E que o senhor, com o que a gente vê no dia a dia, tenhamos o êxito de o reeleger. Este é o desejo de todos nós”, declarou Nogueira.
Durante a reunião, Bolsonaro, Nogueira e outros ministros, como os ex-titulares da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, voltaram a alegar que as urnas eleitorais eletrônicas não podem ser auditadas e que o Poder Judiciário não tem credibilidade. Na avaliação de Bolsonaro, que tentava se reeleger, havia um complô para garantir que o então candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse as eleições.
O vídeo da reunião em questão foi encontrado em um computado na casa do ex-ajudante de ordens da Presidência, o tenente-coronel Mauro Cid.