A corrida eleitoral para o governo do Estado de São Paulo, considerada “a joia da coroa” nas eleições gerais, depois do pleito presidencial, começa a mobilizar os principais concorrentes, que lutam contra o tempo e contra os adversários para fechar as alianças partidárias que irão dar sustentação às suas campanhas. Nas eleições anteriores, o PMDB era um dos partidos mais disputados, em razão do tempo de TV e de sua capilaridade, e por essa razão era chamado de “noiva”: todos queriam conquistar a sigla. Nestas eleições, pode-se dizer que o objeto de disputa será o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab.
Mesmo com o assédio dos virtuais concorrentes, a direção do PSD tem avisado que a ideia é disputar a eleição em São Paulo com uma chapa puro sangue, encabeçada por Kassab, com a coordenadora nacional do PSD Mulher, Alda Marco Antonio, como vice e o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles na disputa ao Senado Federal. Kassab aposta na candidatura própria para consolidar sua legenda com a formação de uma boa base parlamentar na primeira disputa em um pleito majoritário.
Apesar da disposição dos pessedistas, os adversários, sobretudo o PMDB, não desistiram de fechar uma aliança com o PSD, integrando o ex-prefeito de São Paulo e Meirelles na chapa encabeçada pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Uma liderança do PMDB disse ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que a legenda tem um prazo para aguardar a adesão ou não do partido de Kassab. “O tempo do PMDB é até o dia 10 de maio. Não podemos esperar ‘a noiva’ pois, se nos abandonarem, podemos ficar sozinhos no altar, como já ocorreu em outras eleições”, disse a liderança, argumentando que, além das conversas com o PSD, o partido está tentando atrair o PDT e outras siglas menores.
O PT do ex-ministro Alexandre Padilha também está correndo atrás das alianças. Há cerca de uma semana, os petistas ganharam a adesão do PCdoB e, agora, buscam apoio de outras siglas, como o PP de Paulo Maluf.
Para se contrapor à adesão do PCdoB à campanha do concorrente, o PSDB de Geraldo Alckmin anunciará, em breve, o apoio em bloco de cinco partidos nanicos: PTN, PTC, PTdoB, PMN, PEN e PSL. Dirigentes tucanos informam que a legenda está também em conversas adiantadas com PTB, PPS, DEM e Solidariedade. “Negociamos ainda com o PP e o PROS”, informa uma liderança tucana, complementando que até mesmo o PSD está na lista dessas conversas.
O PSB do ex-governador e virtual candidato à Presidência da República, Eduardo Campos, é ainda uma incógnita na corrida eleitoral ao governo do Estado de São Paulo. A sigla esteve, em pleitos passados, aliada com os tucanos, inclusive com cargo na gestão estadual de Geraldo Alckmin. O próprio presidente da sigla no Estado, Márcio França, demonstrou o desejo de continuar caminhando com o PSDB. Contudo, a resistência de Marina Silva, vice na chapa presidencial de Campos, em apoiar os tucanos no maior colégio eleitoral do País poderá levar a sigla a lançar uma candidatura própria.
Assim como o PMDB, o PSDB também tem prazo para aguardar a decisão do PSB: final de maio. Um dos líderes tucanos diz que, se o PSB quiser manter a tradicional aliança entre as duas siglas, poderá indicar um nome na chapa majoritária ou ao Senado Federal. A dois meses das convenções partidárias, que oficializarão os candidatos às eleições de 2014, o fechamento das alianças partidárias estará na pauta de prioridades dos candidatos que pleiteiam o Palácio dos Bandeirantes.