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Política & Poder

Bolsonaro xinga Barroso, repete ataques e diz que parte do STF quer volta da corrupção

Bolsonaro, em discurso, disse que “parte” da corte quer “a volta da corrupção e da impunidade”, mas negou ter ofendido qualquer magistrado nos últimos dias

Redação Jornal de Brasília

06/08/2021 16h54

Brazilian President Jair Bolsonaro is pictured before of the welcome ceremony to the Cape Verde’s President Jorge Carlos Fonseca at Planalto Palace in Brasilia, on July 30, 2021. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

Katna Baran
FolhaPress

Após repetidos ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal, Jair Bolsonaro xingou nesta sexta-feira (6), diante de apoiadores em Santa Catarina, o ministro Luís Roberto Barroso.

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o presidente aparece cumprimentando algumas pessoas em Joinville e chama Barroso de “filho da puta”. No trecho, o presidente dá a entender que o ministro teria mandado gente para o local para atacá-lo.

Ao mesmo tempo, Bolsonaro, em discurso, disse que “parte” da corte quer “a volta da corrupção e da impunidade”, mas negou ter ofendido qualquer magistrado nos últimos dias.

“Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do sr. Barroso, defensor do terrorista [Cesare] Batisti, favorável ao aborto, da liberação das drogas, da redução da idade para estupro de vulnerável, ele quer que nossas filhas e netas com 12 anos tenham relações sexuais sem problema nenhum. Este mesmo ministro votou pelo direito das amantes”, disse.

Bolsonaro viajou para Joinville, onde desembarcou pela manhã e discursou em um almoço com empresários. À tarde, ele participou da entrega de dois caminhões para o Corpo de Bombeiros Voluntários da cidade e, à noite, também deve comparecer a um jantar. A agenda em Santa Catarina continua até este sábado (7), quando o presidente participa de uma motociata em Florianópolis.

Poucas pessoas usavam máscara de proteção contra a Covid-19 entre as centenas de convidados para o almoço. Entre os participantes do evento estavam o pastor Silas Malafaia, o empresário Luciano Hang e a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido).

Citando gestões anteriores, especialmente do PT, o presidente associou “parte” do Supremo ao desejo da “a volta da corrupção e da impunidade”.

Nos últimos dias, Bolsonaro repetiu falas golpistas e falou na possibilidade de usar armas “fora das quatro linhas da Constituição” em meio à sua cobrança para implantação de voto impresso e ameaça de não serem realizadas eleições em 2022. Ele também chegou a chamar Alexandre de Moraes de “ministro ditatorial” e disse que “a hora dele vai chegar”.

O presidente do STF, Luiz Fux, fez nesta quinta-feira (5) um discurso contundente, dizendo que Bolsonaro não cumpre cumpre a própria palavra. Fux cancelou a reunião entre os chefes dos Três Poderes que havia convocado.

Nesta sexta, Bolsonaro também voltou a criticar o sistema de votação brasileiro. “Estou atacando o Barroso? Não estou. Acho que ele deveria se orgulhar e ouvir da minha parte a verdade. É ele que fala que as urnas são invioláveis, o termo mais adequado seria impenetráveis. Esse tipo de gente quer decidir as eleições no ano que vem. Quero e desejo eleições, limpas, democráticas, sem que meia dúzia de pessoas conte os votos numa sala escura”, discursou.

“Não quero poder, quero paz e soberania, quero a liberdade de vocês, mas a alma da democracia é o voto, e o que querem é eliminar o voto”, continuou.

Bolsonaro também voltou a atacar os membros do G7, núcleo majoritário da CPI da Covid no Senado, que investiga a condução da crise sanitária pelo governo. Disse que o grupo não quer descobrir desvios de recursos na pandemia, mas atacar o governo.

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