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Política & Poder

Bolsonaro visita área afetada por chuvas, que já deixam 91 mortos na Grande Recife

A devastação também deixou cerca de 5.000 desabrigados ou deslocados e danos extensos à infraestrutura de vários municípios

Redação Jornal de Brasília

30/05/2022 13h12

Foto: Clauber Caetano / PR

O presidente Jair Bolsonaro visitou nesta segunda-feira (30) as áreas afetadas pelas chuvas torrenciais na Grande Recife, onde pelo menos 91 pessoas morreram e 26 continuam desaparecidas.

“Fizemos sobrevoo em parte da área atingida. Não conseguimos avançar. Tentei pousar também, mas a recomendação dos pilotos era de que, tendo em vista a inconsistência do solo, poderíamos ter um incidente. Então resolvemos não pousar”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva com uma delegação de ministros em Recife.

Pelo menos 91 pessoas morreram devido a deslizamentos de terra, desabamentos de casas ou arrastadas pela água e lama das enchentes que devastaram Recife e em uma dezena de municípios, incluindo Olinda, segundo o último balanço oficial.

As equipes de resgate procuram por “26 pessoas desaparecidas”, segundo o governo de Pernambuco.

“Tivemos problemas semelhantes em Petrópolis, sul da Bahia, norte de Minas. Estive ano passado no Acre também. Infelizmente, essas catástrofes acontecem, um país continental tem seus problemas”, afirmou Bolsonaro.

“Estamos obviamente tristes, manifestamos nosso pesar aos familiares. O objetivo maior é confortar os familiares e atender a população com meios materiais”, acrescentou.

O governo federal anunciou uma alocação de R$ 1 bilhão para ajudar o governo local e os municípios com a resposta humanitária, o restabelecimento dos serviços básicos e, posteriormente, a reconstrução das casas.

Esta manhã, os bombeiros continuavam as buscas pelos desaparecidos na comunidade do Jardim Monte Verde, epicentro do desastre.

Sob um céu nublado, socorristas e garis trabalhavam nesta área íngreme com casas precárias localizada na divisa entre Recife e o município de Jaboatão dos Guararapes, onde um deslizamento de terra soterrou casas inteiras no sábado e causou a morte de vinte pessoas.

Previsão de novas chuvas

As chuvas começaram na terça-feira passada, mas se intensificaram no fim de semana. 

Entre a noite de sexta e a manhã de sábado, o volume de chuvas chegou a 70% do esperado para todo o mês de maio em alguns pontos da capital pernambucana.

“Ainda tem previsão de chuva para os próximos dias, as medidas de autoproteção precisam ser respeitadas, a população precisa respeitar os alertas da defesa civil local”, comentou nesta segunda-feira o ministro do Desenvolvimento Regional, Daniel Ferreira.

O Centro de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) estima como “muito alta a possibilidade de ocorrência de alagamentos e inundações urbanas nas mesorregiões da Mata Pernambucana e Metropolitana de Recife devido aos acumulados de chuva nos últimos dias nas bacias hidrográficas e à previsão de continuidade de chuva ao longo do dia”.

A devastação também deixou cerca de 5.000 desabrigados ou deslocados e danos extensos à infraestrutura de vários municípios. 

As imagens deste fim de semana evocam o drama ocorrido em fevereiro em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, onde 233 pessoas morreram devido a chuvas torrenciais e deslizamentos de terra.

Segundo especialistas, tragédias desse tipo se devem, além das fortes chuvas, à topografia e à existência de grandes bairros com moradias precárias no Brasil, muitos deles construídos ilegalmente, em áreas de risco acentuado.

AFP

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