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Política & Poder

Base pedir para dividir ônus do ajuste fiscal com PT é ‘normal’, diz Pepe Vargas

Arquivo Geral

24/02/2015 11h50

Isolado na articulação do governo com o PMDB desde que conduziu as negociações envolvendo a eleição da presidência da Câmara, o ministro da Secretaria de Assuntos Institucionais (SRI), Pepe Vargas, reuniu-se na manhã desta terça-feira, 24, com líderes de partidos da base no Senado sem a participação do comandante da bancada peemedebista, o senador Eunício Oliveira (CE), ou qualquer um dos vice-líderes do partido.

Ao ser questionado sobre a ausência de um representante do PMDB, Vargas apenas confirmou que “o senador Eunício de fato não esteve na reunião”. Ele disse que a tentativa em marcha pelo governo para se reaproximar da base é “normal” e deve ser intensificada. “O governo não deixa de dialogar com partido nenhum. Então o debate, o diálogo, com os partidos vai persistir”, afirmou.

O ministro também foi interpelado sobre reclamações de partidos aliados para que o PT divida o ônus do ajuste fiscal enviado ao Congresso, que inclui mudanças nas regras de acesso do seguro-desemprego, abono salarial, pensão por morte, seguro-defeso e auxílio-doença. “Vários parlamentares fizeram intervenção revelando preocupações, inclusive, de forma pública, o que é normal. É absolutamente normal em medidas que tenham esse conteúdo”, considerou.

Vargas reuniu líderes no Senado em um café da manhã no Palácio do Planalto e almoça logo mais com lideranças da base na Câmara em mais um esforço para garantir a aprovação do ajuste. Questionado se o encontro pela manhã serviu para convencer os aliados, o ministro respondeu: “Não havia ali o objetivo de a gente achar que todo mundo sai convencido em cima das propostas, agora é que o debate realmente vai começar.”

De acordo com o titular da SRI, os líderes não apresentaram propostas de correção das medidas durante a reunião. Segundo Vargas, a reunião de hoje inaugura uma série de encontros nos próximos dias com bancadas ou blocos partidários para que os parlamentares possam ter um conhecimento mais aprofundado das matérias, inclusive apresentando propostas.

“Não discutimos concretamente nessa reunião nenhuma proposta diferenciada. Nenhum líder levantou proposta alternativa, nenhum líder levantou proposta a ser apreciada pelo governo. Foi uma primeira reunião, de nivelamento de informações, e agora na sequência a gente vai discutir concretamente os temas mais específicos que cada bancada tem a apresentar”, disse.

Aprovação

O ministro disse ainda que o governo espera aprovar o pacote fiscal o “mais rapidamente possível”, mas que irá respeitar o tempo do Congresso. “Logicamente que preservando o direito dos parlamentares de votar a matéria quando acharem que ela está amadurecida ao ponto suficiente de ser apreciada pelas duas Casas”, indicou.

Vargas defendeu as medidas como corretivas de “eventuais distorções” na concessão dos benefícios. “É importante dizer que essas medidas não se inserem dentro de uma ideia fiscal de curto prazo. São medidas no sentido de fazer a preservação de benefícios importantes e corrigir eventuais distorções.”

Apesar da defesa feita durante a reunião, o ministro sinalizou que os temas não são consenso na base. “Para cada tema existem preocupações dos senadores e senadoras, que querem um detalhamento maior de propostas, dados, estatísticas, enfim, coisas desse gênero”, disse.

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