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Política & Poder

Aziz dá voz de prisão a Roberto Dias

Dias afirmou, durante depoimento, que o encontro com o policial militar, Luis Paulo Dominghetti, foi “acidental”

Geovanna Bispo

07/07/2021 17h35

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o senador Omar Aziz (PSD-AM), mandou prender o ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias. “Chame a polícia do Senado. O senhor será detido pela presidência da CPI”, afirmou Aziz.

A advogada de Dias afirmou que o pedido é um “absurdo” e ele deu “contribuições valiosíssimas”. Senadores tentaram continuar as perguntas, porém a advogada afirmou que, se ele realmente estiver agora como investigado, Dias não responderá mais.

Dias depõe à Comissão na tarde desta quarta-feira (07) e, durante depoimento, afirmou que o encontro com o representante da Davati Medical Supply, Luis Paulo Dominghetti, foi “acidental”. Nesse encontro, que ocorreu em fevereiro deste ano em um restaurante de Brasília, Dominghetti afirma ter recebido um pedido de propina de Dias de U$ 1 por dose da vacina.

Porém, essa afirmativa foi desmentida por áudios que estavam no celular de Dominghetti e foram revelados pela CNN que mostram que o encontro não foi acidental, como ele havia dito. no dia 23 de fevereiro, dois dias antes do encontro, Dominghetti envia um áudio para “Rafael”, uma pessoa que não se sabe quem é, às 16h22. “Rafael, tudo bem? A compra vai acontecer, tá? Estamos na fase burocrática. Em off, pra você saber, quem vai assinar é o Dias mesmo, tá? Caiu no colo do Dias… e a gente já se falou, né? E quinta-feira a gente tem uma reunião para finalizar com o Ministério”, diz Dominghetti.

Dois dias depois, no dia 25, Dominghetti afirma, também em áudio, que a reunião com Dias já está marcada para “finalizar com o Ministério”. Ele ainda fala que quem irá assinar o contrato é o próprio Dias. Ainda no dia 25, Dominghetti recebe um áudio de um aliado, Odillon, o homem que supostamente o ajudou a fazer contato com militares e abrir as portas do Ministério. Na mensagem, Odillon pergunta sobre a reunião.

No dia 26, um dia após o encontro, Dominghetti volta a entrar em contato com “Rafael”, afirmando que havia acabado de sair do Ministério. Na agenda oficial, o encontro é registrado. “Rafael, acabei de sair aqui do Ministério. Tudo redondinho. O Dias vai ligar pro Cristiano (representante da Davati no Brasil) e conversar com o Herman (CEO da Davati) ainda hoje, tá. Ele tá afinando essa compra aí, várias reuniões certificando a turma de que a vacina já está à disposição do Brasil”, diz Dominguetti.  O policial finaliza o áudio dizendo que estão discutindo como seria o pagamento. “Se for da AstraZeneca, melhor ainda.”

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