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Política & Poder

Ausente no debate, Leila recebe críticas

Arquivo Geral

03/10/2018 7h00

(Elza Fiuza/Agência Brasil)

Eric Zambon 
Francisco Dutra
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Para quem não está tão bem cotado, pesquisas mentem e há sempre uma grande surpresa na esquina. O candidato ao Senado Fadi Faraj (PRP) aposta justamente nesse tipo de coisa para a reta final da campanha eleitoral. “Vamos, no sábado, reunir milhares de pessoas de forma espontânea, levantando uma bandeira. Essa bandeira não é de um partido, é de uma nação que não aceita um sistema ideológico”, discursou, ao fim do debate do Jornal de Brasília.

Ele tem uma persona definida. Independentemente da pergunta dirigida a ele, Faraj recorre a discursos prontos e repletos de senso comum. Quando foi questionado sobre a contradição entre pregar moralidade religiosa cristã como um possível parlamentar de um Estado Laico, usou aquela velha frase de parachoque de caminhão. “O estado é laico, não ateu. A vontade da minoria não pode se sobressair à maioria”, disse.

Seu amor cristão, porém, foi convertido em um certo ressentimento pela ausência de Leila do Vôlei (PSB), candidata mais bem cotada das pesquisas de intenção de voto recentes. “ Ela é uma celebridade sem conteúdo. Se entrasse no debate, não saberia o que falar porque não tem posição. O que ela pensa sobre o futuro da cidade, sobre a Previdência, sobre tributos, sobre família, sobre patriotismo?”, disparou.

Companheiro de coligação de Leila, o paz e amor Chico Leite (Rede) deu uma cutucada na rival na disputa de vaga. “Eu respeito ela, que é Ficha Limpa, mas ela tem agenda própria. Não discuti sobre o debate com ela. Mas acho importante. É o momento em que o eleitor capta as nossas ideias para a cidade”, opinou. Embora também alfinetasse Izalci, o distrital evitou maiores conflitos. Falou de Deus quando comentou respostas de Fadi Faraj e ganhou afagos dos demais ao falar de temas genéricos.

Em quarto lugar nas pesquisas recentes, Leite aposta no percentual de “40% de indecisos” para conseguir uma virada de 180º, como ele mesmo prega. “Quanto mais pudermos chegar ao eleitor melhor. Tenho ido em porta de faculdade, de universidade, mostrando que estou à disposição”, detalhou.

O corpo a corpo de todos os quadros tende a aumentar nos cinco dias que restam para os brasilienses irem às urnas optarem por dois nomes ao Senado.

‘Fake news’, o trauma

As noticias falsas atualmente chamadas como “fake news” foram objeto de mais um embate entre Cristovam Buarque e Fadi Faraj. Com a imagem alvejada por reportagens distantes da verdade, da mesma forma com a amiga e presidenciável Marina Silva (Rede), o senador fez questão de cobrar uma posição do pastor.

“Fake news que dizem que uma mulher como Marina Silva (Rede) é a favor do aborto é ou não é ou não é um pecado aos olhos de um cristão? Mentira não é pecado?”, perguntou. O pastor começou respondendo que todo espécie de mentira é um pecado. Mas tentou mudar de assunto para atacar Leila do Vôlei (PSB).

Após o ataque, o pastor eleitor e aliado do candidato ao Planalto, Jair Bolsonaro (PSL), voltou ao tema, classificando como absurdo o uso de mentiras na disputa política por votos nas urnas. “As paixões crescem. E as pessoas falam o que querem nas suas redes sociais. Infelizmente”, concluiu.

Buarque enfatizou solidariedade para com Marina. “Eu tem sido vítima de muitas fake news nas redes. Tive inclusive que entrar na Justiça e ganhar um processo para que fosse barrada uma dessas notícias. E lamentavelmente a informação que se teve é de que se tratava de um candidato ao Senado. Não se pode garantir mas tenho essa suspeita”, desabafou Buarque.
Faraj respondeu dizendo que por 14 meses foi alvo de notícias falsas.

Saiba Mais

Desde que votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), Cristovam tem sido renegado por boa parte da esquerda pela qual ele militou nas últimas duas décadas. Ele sempre defendeu ser, antes de tudo, um vanguardista.

Cristovam, porém, nunca deixou as duas primeiras posições das intenções de voto ao Senado. Curiosamente é o único que não se vale das pesquisas como argumento nem contra nem a favor de sua candidatura.

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