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Política & Poder

Aras se opõe à ação que busca obrigar Bolsonaro a repassar dinheiro a governadores e prefeitos

Chefe do Ministério Público Federal diz que as condições são ‘críticas’ no atual estágio da pandemia e que há ‘esforço’ do Planalto para aquisição das doses

Redação Jornal de Brasília

23/04/2021 12h33

Foto: Adriano Machado/ Reuters

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, defendeu a rejeição da ação proposta pela Rede Sustentabilidade para obrigar o governo federal a transferir dinheiro aos Estados e municípios para a compra de vacinas contra a covid-19. O partido argumenta que, diante da lentidão da União na aquisição de imunizantes, governadores e prefeitos têm corrido por fora para garantir doses, sem o devido repasse de verbas.

Para Aras, não ficou provada inércia do governo federal. O chefe do Ministério Público Federal diz que as condições são ‘críticas’ no atual estágio da pandemia e que há ‘esforço’ do Planalto para aquisição das doses. “A oferta restrita de insumos e vacinas, noticiada recorrentemente em todo o mundo, inviabiliza imunização mais célere da população, como desejado”, escreveu.

O procurador-geral afirma ainda que não há motivo para crer que as negociações dos governadores e prefeitos poderão superar o empenho do governo federal. Em sua avaliação, obrigar a União a transferir verbas para compra das vacinas seria interferência indevida do tribunal no Executivo e comprometeria a operacionalização do plano nacional de imunização contra o coronavírus. “Podendo, inclusive, gerar indesejados atrasos”, afirma Aras.

A manifestação foi enviada ao gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, relator de uma série de ações relacionadas à gestão da pandemia. Foi ele quem solicitou, no início da março, pareceres da PGR e da Advocacia Geral da União (AGU) antes de tomar uma decisão no caso.

A Advocacia Geral da União foi na mesma linha da PGR e se opôs ao conhecimento da ação. A pasta afirma que a Rede busca ‘pormenorizar’ o que foi decidido em outra ação, na qual o tribunal autorizou estados e municípios a importar vacinas em caso de falta de doses fornecidas pela União, e que o meio adequado para isso seria iniciar a discussão dentro daquele processo.

Enquanto aguardam uma decisão do tribunal, governadores e prefeitos criam alianças para negociar e comprar vacinas, algumas apostando em obter recursos da União. Umas das frentes mais avançadas até agora é do Fórum de Governadores do Nordeste, que anunciou a compra de 37 milhões de doses da vacina russa Sputnik V.

AS informações são do jornal O Estado de S. Paulo

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