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Política & Poder

Aprovação de nome de embaixador abre disputa de senadores por vaga no TCU

Carreiro foi aprovado com 12 votos a favor e apenas 1 contrário. A indicação ainda precisa ser aprovada no plenário do Senado, na próxima semana

FolhaPress

25/11/2021 20h04

Foto: Divulgação

SÃO PAULO, SP

A CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) do Senado aprovou nesta quinta-feira (25) a indicação do ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Raimundo Carreiro Silva para o posto de embaixador do Brasil em Portugal.

Carreiro foi aprovado com 12 votos a favor e apenas 1 contrário. A indicação ainda precisa ser aprovada no plenário do Senado, na próxima semana. A saída de Carreiro do TCU deu início a uma corrida pela sua vaga dentro do próprio Senado, que pode inclusive terminar em votação, pela primeira vez em 13 anos. Na maior parte das vezes, as indicações do Senado se dão após acordo.

A favorita é a própria presidente da CRE, a senadora Kátia Abreu (PP-TO). Também disputam a vaga nos bastidores o senador Antonio Anastasia (PSD-MG) e o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). Carreiro oficialmente só iria se aposentar em 2023, portanto não haveria a necessidade de o Senado decidir agora o seu sucessor. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro decidiu indicá-lo para o posto em Lisboa, inicialmente, para poder indicar alguém de sua confiança para o cargo.

O governo, no entanto, voltou a se aproximar de Kátia Abreu e por isso ela se tornou a candidata do Palácio do Planalto. Nos bastidores, senadores afirmam que a parlamentar pelo Tocatins está em vantagem em relação aos seus concorrentes.

Após a sessão da CRE para a votação de autoridades, Kátia afirmou que prefere que haja um entendimento para a indicação do Senado para a vaga de Carreiro, em vez de uma votação em plenário. “Sempre é bom. Se houver um entendimento, seria bem melhor. Mas, se não tiver, não significa que é o fim do mundo. A democracia é isso. Então vamos tentar, vamos dialogar, a nossa função é essa”, disse a senadora.

Ironicamente, a candidatura da senadora pelo Tocantins colocou no mesmo lado o presidente Jair Bolsonaro e seu filho Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) do mesmo lado do desafeto Renan Calheiros (MDB-AL). Também ironicamente, Kátia e Renan chegaram a denunciar há alguns meses uma manobra do presidente Jair Bolsonaro, que pretendia ceder uma embaixada para Carreiro com o intuito de ter maioria no TCU.

A senadora, que é presidente da CRE (Comissão de Relações Exteriores), afirmou na ocasião que não colocaria em pauta a sabatina e votação do indicado. Por outro lado, Anastasia é visto pelos senadores como o mais preparado para assumir a vaga no TCU, por seu conhecimento na área do direito e sua atuação técnica no Legislativo.

Anastasia tem o apoio do presidente Rodrigo Pacheco, que fez um acordo com ele: trabalhar por sua indicação ao TCU em troca do apoio do PSD à eleição de Pacheco à presidência do Senado. Inicialmente, Anastasia presidiria a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). Ele abriu mão do cargo para Davi Alcolumbre (DEM-AP) exatamente pela promessa de ser indicado ao TCU.

Carreiro, ex-secretário-geral da Mesa do Senado, foi sabatinado em um ambiente extremamente cordial. Kátia Abreu afirmou que houve uma disputa para a vaga de relator de sua indicação para a embaixada em Lisboa. Apesar de se tratar da indicação de uma autoridade, a senadora disse que escolheu um “amigo” de Carreiro.

“Eu devo confessar que o ministro Carreiro foi uma grande disputa dos senadores, que têm um carinho muito especial por ele, para relatar o ministro Carreiro, todos queriam relatar o Carreirinho”, afirmou a senadora. “Mas nós pegamos o amigo mais antigo. Foi uma disputa dura, mas todos terão oportunidade de fazer os seus comentários a respeito desse querido amigo que prestou grande serviço ao Senado Federal e ao Tribunal de Contas da União e agora vai para Portugal, se Deus quiser”, completou.

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