Após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu declarações amenas quanto à relação entre os dois. Bolsonaro assegurou que há “zero problema”.
“Não tem problema nenhum entre nós. Zero problema”, declarou Bolsonaro. O presidente não detalhou o teor da reunião com Lira, dizendo apenas que ambos conversaram sobre “muitas coisas”.
Bolsonaro disse ainda que o objetivo da presidência junto à Câmara é comprar mais vacinas contra a covid-19, mas não falou sobre medidas a respeito. Mais tarde, o presidente deve se reunir com uma comissão de senadores.
Quando perguntado sobre a demora para a chegada das 500 milhões de doses de vacina contra a covid-19, Bolsonaro se calou. Quem prometeu a remessa foi o próprio presidente, na noite de terça-feira (23), em pronunciamento.
Remédio fatal?
Bolsonaro demonstrou ter uma boa relação com Lira um dia após o presidente da Câmara dizer que não vai tolerar novos erros por parte do Executivo. Lira deixou mistério no ar ao declarar que “os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais.”
“Estou apertando hoje um sinal amarelo para quem quiser enxergar: não vamos continuar aqui votando e seguindo um protocolo legislativo com o compromisso de não errar com o país se, fora daqui, erros primários, erros desnecessários, erros inúteis, erros que são muito menores do que os acertos cometidos continuarem a serem praticados”, disse Lira. “Os remédios políticos no Parlamento são conhecidos e são todos amargos. Alguns, fatais. Muitas vezes são aplicados quando a espiral de erros de avaliação se torna uma escala geométrica incontrolável. Não é esta a intenção desta Presidência. Preferimos que as atuais anomalias se curem por si mesmas”, prosseguiu o presidente da Câmara.
“Então, faço um alerta amigo, leal e solidário: dentre todos os remédios políticos possíveis que está Casa pode aplicar num momento de enorme angústia do povo e de seus representantes, o de menor dano seria fazer um freio de arrumação até que todas as medidas necessárias e todas as posturas inadiáveis fossem imediatamente adotadas, até que qualquer outra pauta pudesse ser novamente colocada em tramitação”, disse Lira.
“Não é hora de tensionamentos. E CPIs ou lockdowns parlamentares – medidas com níveis decrescentes de danos políticos – devem ser evitados. Mas isso não depende apenas desta Casa. Depende também – e sobretudo – daqueles que fora daqui precisam ter a sensibilidade de que o momento é grave, a solidariedade é grande, mas tudo tem limite, tudo! E o limite do parlamento brasileiro, a Casa do Povo, é quando o mínimo de sensatez em relação ao povo não está sendo obedecido”, cravou.