Menu
Política & Poder

Após esquema de “rachadinhas” conduta de prefeito é investigada no interior do Ceará

O inquérito concluiu o indiciamento de 10 pessoas que participaram do esquema, entre os quais dois são irmãos de Dorgival, então prefeito

Tereza Neuberger

05/05/2023 23h49

Atualizada 06/05/2023 6h13

A Polícia Civil do Estado do Ceará concluiu o inquérito que investiga a prática de “rachadinhas” no município de Salitre, localizado a 535 km da capital Fortaleza. O esquema passou a ser investigado através da Operação Dimidium, da PCCE, após o vazamento de áudios de Denival Pereira da Silva, irmão do então prefeito do município, Dorgival Pereira Filho.

De acordo com o nosso parceiro A Notícia do Ceará na época, Denival Pereira da Silva, conhecido como Denival Filho, ocupava o cargo de chefe de departamento pessoal de Salitre. O inquérito concluiu o indiciamento de 10 pessoas que participaram do esquema, entre os quais dois são irmãos de Dorgival. A investigação também definiu que um procedimento próprio seria aberto para investigar a conduta do gestor municipal, Dorgival Pereira Filho, conhecido como Dodo de Neoclides.

Em áudio vazado Denival Pereira da Silva, revela esquema de rachadinhas na prefeitura de Salitre-CE.

Os indiciados deverão responder pelos crimes de peculato e associação criminosa em concurso material de crimes. Durante a apuração, a PCCE constatou a presença “em peso” de familiares do atual prefeito, alcançando cargos públicos na cidade de Salitre-CE, bem como identificou-se exonerações e mudanças inesperadas de aumento salarial.

O esquema foi revelado em 2021, com poucos meses de gestão do atual prefeito, pelo canal “O Mito da Denúncia”, apresentado por João Paulo Ramos. Foram publicados áudios do irmão do prefeito onde fica explícito a prática criminosa. Nos áudios é possível ouvir, Denival, explicando como foi feita a divisão de salários para cada um dos envolvidos.

Foram indiciados por participar do esquema, Maria das Dores Filha (Dora), Francione José de Sousa (Cione), Denival Pereira da Silva (Denival Filho), Edvânia Sá de Alencar (Vânia), Thasso Donatan Pereira, Djheilla Pereira da Silva, Luizângela Alves Cardoso (Luiza), Francisco Pereira Júnior (Júnior), Andressa Sousa Silva e Fernando Dionísio Pereira.

Saiba como funcionava o esquema

Alguns parentes que tinham uma ligação eram separados em duplas, para não ficar visado um deles era exonerado e o salário do outro aumenta consideravelmente para que o valor fosse dividido entre os dois. “Oh Dheli, eu tirei Doravanir aí botei um salário maior para Cione pra dividir pra eles dois lá! “, afirma Denival.

A irmã do atual prefeito, Maria das Dores Filha, a “Dora”, é professora do Ensino Médio e ocupou cargo comissionado na prefeitura e foi exonerada. Ela seria dupla de Francione, “Cione, que é padeiro mas atualmente ocupa o cargo comissionado junto à Secretaria de Obras e Serviços Municipais (SEOSM) em Salitre. Fracione passou a receber R$2000,00 para dividir com Dora.

Com estreita relação com o prefeito, Vânia e Thasso, possuem uma filha e também formavam uma dupla no esquema. Em julho de 2020, Tasso e Vânia ocupavam cargos na prefeitura. Ele recebia R$ 900,00 no cargo de “chefe de núcleo de parque, áreas verdes”. Já a Vânia tinha um salário de R$ 630,00 atuando como “chefe da divisão de materiais permanentes”.Em janeiro de 2021 ela passa a ocupar o cargo de Thasso, e a receber o salário de R$ 3000,00.

Djheilla recebia remuneração no município de Salitre de R$ 450,00, nomeada em 04/01/2021 ao cargo de “chefe do departamento de educação de jovens e adultos”, junto à Secretaria Municipal de Educação, recebendo remuneração de R$ 2.000,00. Após o vazamento do áudio, Djheilla foi exonerada no dia 31/01/2021. Em seguida Luizângela foi nomeada ao cargo de “coordenador do departamento de direitos humanos”, com um aumento salarial de R$ 3.000,00, que seria para dividir com Djheilla.

Francisco Pereira, fez parceria com Andressa Sousa, irmã da então primeira dama do município, Maria de Fátima da Silva Sousa. Francisco foi nomeado em 04/01/2021, para ocupar o cargo de ‘chefe do departamento de máquinas pesadas’, pelo qual receberia a remuneração de R$ 2.000,00. Porém,seguindo a lógica do modus operandi, e como ele
foi exonerado em 31/01/2021. Enquanto Andressa Sousa, foi nomeada para ocupar o cargo de ‘tesoureira’, pelo qual recebe remuneração de RS 5.400,00.

Segundo o inquérito Dora, teria utilizado o próprio filho Fernando Dionísio, pois a mãe havia ficado sem dupla. O rapaz que nunca havia ocupado cargo público, foi chamado ao cargo de coordenador de planejamento administrativo e financeiro, junto ao setor da folha de pagamentos. Recebendo para tal trabalho a remuneração de R$3.000,00.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado