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Política & Poder

Ao lado de Rollemberg, Ciro promete limpar o nome de 63 milhões de brasileiros

Arquivo Geral

06/08/2018 14h30

Francisco Dutra

Francisco Dutra
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Selando aliança com o governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o presidenciável Ciro Gomes (PDT) prometeu limpar o nome de 63 milhões de brasileiros com dívidas na praça. O candidato ao Palácio do Planalto também confirmou Kátia Abreu (PDT) como companheira de chapa para o posto de vice-presidente. No evento não faltaram alfinetadas contra as manobras de isolamento nacional do PT e do PSDB. Rollemberg também criticou a polarização, acreditando na construção de uma alternativa do campo progressista.

Para conquistar os eleitores, Gomes estabeleceu 4 tarefas para realizar em um eventual governo. “Primeiro, 63 milhões de brasileiros estão com o nome sujo no SPC. E isso quer dizer que um dos mais importantes motores da atividade econômica está estrangulado. Trata-se do consumo das famílias. Ele equivale à quase um terço do PIB. Elas estão excluídas do consumo básico. É uma coisa trágica. O trabalhador com o nome sujo SPC também é rejeitado. E não consegue matricular o filho em uma escola particular”, comenta.

Segundo Gomes, é possível limpar os nomes nos primeiros quatro meses de governo. O segundo passo será destravar o motor “econômico” do investimento empresarial. Neste sentido, Gomes sugere a ampliação do mercado bancário, combate o que ele classifica com “cartel”, aliada a redução dos juros. “Cinco bancos concentram 85% das transações. Nos EUA existem 5 mil bancos”, compara.

O terceiro ponto é a recuperação das contas públicas da atual situação de falência. “Concertar as contas públicas e mandar a conta para o andar de cima. A classe média brasileira e nosso povo não tem mais nada que dar, além do sacrifício injusto que já está dando. O andar de cima é que vai passar a pagar mais proporcionalmente aquilo que deve”, aponta. O último ponto é uma nova política industrial e de comércio exterior.

Além das propostas, Gomes não economizou balas contra a estratégia de concentração de forças sacada por PT e PSDB no tabuleiro nacional. “É muito curioso nesse momento, nesse momento, o candidato elegível, que está à frente nas pesquisas está sozinho nesse momento. O segundo lugar está sozinho no partido. O terceiro lugar está na mesma coisa. Você vai encontrar lá no fim as estruturas todas ao redor de uma confrontação que tem feito muito mal ao Brasil. Que é esse confrontação amesquinhada entre o PT e o PSDB”, alfinetou Gomes.

Aliança no DF

O isolamento da esquerda não atingiu o DF, em função da estrategia de campanha de Rollemberg na briga pela reeleição. Gomes mostrou empolgação com a aliança local com o governador. “Você tem todos os dotes e qualificações. E o povo vai ver isso. Porque enquanto a gente governa, nós somos objetos da crítica e da frustração, normais do nosso povo. Mas quando chega a eleição, a população vai ver o que tem e o que pode perder para aventuras. Ou pior, para tragédia que tem destruído quase todos os ocupantes do Palácio do Buriti. Uma foto quase caricata, se não fosse trágica para esta cidade querida. Então vamos caminhar junto por aí”, exaltou Gomes.

Rollemberg comentou que trabalhou na união do finado Eduardo Campos (PSB) com Marina Silva (Rede) nas últimas eleições como uma opção contra a polarização política no Brasil. “Nós temos aqui a oportunidade de criar uma alternativa do campo progressista, que possa retomar o desenvolvimento econômico do país, com distribuição de renda e com melhoria da qualidade de vida da nossa população”, garantiu. Para o governador, a decisão do PSB de adotar uma posição nacional de neutralidade foi um erro.

Rollemberg promete fazer uma boa campanha para Gomes e acredita que o candidato do PDT é um gestor experiente e que conhece bem o Brasil. “E portanto pode contribuir para dar um rumo diferente para o Brasil”, resumiu. Adotando uma postura confiante, Rollemberg afirma que está na frente nas pesquisas para o GDF. “As pesquisas decentes que eu tive acesso, eu estou em primeiro lugar. Mas vamos aguardar que os institutos sérios possam apresentar pesquisas verdadeiras para a gente saber quem está na frente. De qualquer forma, o que é importante é saber quem estará na frente das pesquisas no dia 7 de outubro. Eu tenho muita confiança que nós teremos oportunidade de mostrar como nós pegamos Brasília, como arrumamos a casa e o que nós fizemos em Brasília até este momento”, declarou.

Desenho local

A campanha de Rollemberg deixou o isolamento para se tornar a maior chapa progressista, pelo critério da qualidade de aliados. O grupo é formado por PSB, PDT, PV, PCdoB e Rede. Segundo Gutemberg Gomes, membro do diretório local, com a aliança no DF, além de um palanque para Ciro Gomes, o PDT terá uma vaga de suplência para o Senador Federal. A nominata para deputado distrital fará uma dobradinha com o PV. Enquanto Rede e PCdoB farão uma coligação proporcional. Já o PSB terá uma nominata solo. Para deputado federal, a coligação unirá todas as agremiações em um “chapão”.

A aliança regional ainda não está pacificada. Grande parte da militância do partido batalhava por uma candidatura própria ao GDF, tendo o então pretendente Peniel Pacheco (PDT). Na falta deste rumo, o partido se voltou para uma coligação com Eliana Pedrosa (Pros). Contudo, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, conseguiu emplacar a composição com Rollemberg, tendo a aprovação de Ciro.

Mesmo assim as cicatrizes ainda estão abertas. O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT) deixou as eleições. O deputado distrital Cláudio Abrantes (PDT) já declarou que não fará campanha para Rollemberg.

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