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Política & Poder

Amilton diz não ter relação com senadores e com ninguém ligado a Bolsonaro

Senadores questionam possível proximidade do reverendo com membros do governo federal

Willian Matos

03/08/2021 13h09

Foto: Reprodução/Facebook

O reverendo Amilton Gomes de Paula disse nesta terça-feira (3) à CPI da Pandemia que não tem relação com ninguém do governo federal e nem com pessoas ligadas ao presidente Jair Bolsonaro.

“Eu não conheço ninguém do governo federal. Ninguém próximo ao presidente”, declarou Amilton. Depois, ele disse que pode possuir fotos com alguma autoridade, mas negou ter contato com pessoas próximas a Bolsonaro.

Ao ser novamente perguntado se possui relação com senadores, Amilton manteve a versão. “Eu não tenho relacionamento com nenhum senador”. O reverendo disse que já foi filiado ao PSL.

A foto abaixo, colocada também no destaque desta matéria, foi publicada no Facebook em 2019. A imagem mostra o reverendo Amilton (à direita) ao lado do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Foto: Reprodução/Facebook

Depois, o presidente Omar Aziz (PSD-AM) disse que o fato de possuir uma foto com Flávio não significa ter uma relação com o senador. “Nós tiramos fotos com milhares de pessoas que pedem e às vezes a gente não sabe nem com quem tá tirando a foto. Uma foto não quer dizer uma relação de amizade”, cravou Aziz. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) rebateu: “Mas quem pediu a foto lembra.”

Momentos antes, o vice-presidente Randolfe Rodrigues (Rede-AP) havia perguntado se autoridades pedem para tirar foto com o reverendo. Ele disse que não.

Reunião imediata

Os senadores investigam se Amilton possui relação com o Executivo. Chamou a atenção dos parlamentares a rapidez com que o Ministério da Saúde recebeu o reverendo, que é proprietário da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), organização não governamental que nunca vendeu vacinas.

Amilton revelou à comissão que, no dia 22 de março, enviou e-mail à Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) às 12h39. Nesta mensagem, o reverendo pediu que fosse marcada uma reunião no mesmo dia, às 16h30. Neste encontrou, ele apresentaria ao Ministério o representante da Davati, Luiz Paulo Dominguetti, que faria oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca ao governo federal. O Ministério atendeu o pedido e recebeu a dupla no horário determinado.

Depois, Amilton disse que o e-mail, na verdade, não foi respondido, e que ele decidiu ir ao Ministério mesmo assim. O Ministério, então, teria o recebido, mesmo sem a confirmação. A versão não foi bem aceita por senadores da oposição.

“Queria essa eficiência do serviço público para a Pfizer”, afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “O que me espanta é que farmacêuticas do mundo todo que estão vendendo vacinas diretamente não tiveram esse tratamento”, prosseguiu. O relator Renan Calheiros (MDB-AL) reiterou os mais de 100 contatos feitos pela Pfizer ao governo federal que não foram respondidos.

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