ADRIANA FERNANDES
FOLHAPRESS
O aparente recuo do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli sobre a acareação do ex-banqueiro Daniel Vorcaro, do ex-presidente do BRB (Banco de Brasília) Paulo Henrique Costa e do diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, pode não se confirmar.
A decisão de Toffoli de passar para a Polícia Federal a tarefa de interrogar os três envolvidos não deve ensejar nenhuma mudança no roteiro traçado pelo ministro para a acareação na tarde desta terça-feira (30).
Até o momento, a acareação deve seguir, na prática, prevista. Apesar da informação repassada na segunda-feira (29) pela assessoria do ministro Tofolli de que caberá à Polícia Federal avaliar se haverá necessidade de colocar os três depoentes frente a frente, não houve mudança de procedimentos, de acordo com pessoas a par do tema ouvidas pela Folha.
A delegada responsável pelo caso, Janaína Palazzo, está tomando os depoimentos. A estratégia do ministro de passar a responsabilidade da acareação para a PF, mas seguir com o script inicial antes da otiviva da delegada, levanta mais desconfianças sobre um tentativa de passar a mensagem de que a acareação ocorreu por conta de informações apresentadas durante o depoimento.
A acareação serve para sanar inconsistências em depoimentos com declarações divergentes em um processo penal entre acusados, vítimas e testemunhas, por exemplo. O confronto dos relatos ajuda o juiz a buscar a versão mais fidedigna antes de sua decisão.
Toffoli marcou a acareação antes de serem tomados depoimentos individuais pela polícia e apontadas contradições objetivas entre os personagens do caso.