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Política & Poder

A fim de investigar possível lavagem de dinheiro, MP pede quebra de sigilo de Flávio Bolsonaro

Willian Matos

16/05/2019 8h38

flávio

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Da redação
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No último dia 15 de abril, há cerca de um mês, o Ministério Público do Rio de Janeiro pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de 95 pessoas e empresas relacionadas ao senador Flávio Bolsonaro (PSl-RJ), suspeitando que o filho do presidente Jair Bolsonaro teria lavado dinheiro através de compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017.

A informação é da Veja. A revista teve acesso às 87 páginas do documento que embasou o pedido de quebra de sigilo autorizado pelo juiz da 27ª Vara Criminal do Rio. Ali, o MP afirma que a suposta fraude pode ter ocorrido para “simular ganhos de capital fictícios” que encobririam “o enriquecimento ilícito decorrente dos desvios de recursos” da Assembleia Legislativa fluminense. Entenda:

Flávio teria lucrado R$ 3,089 milhões em transações imobiliárias marcadas por “suspeitas de subfaturamento nas compras e superfaturamento nas vendas”. Em oito anos, ele investiu mais de R$ 9 mi na compra de 19 imóveis. Os valores gastos pelo senador na compra das salas e apartamentos foram abaixo da média de mercado, e o lucro muito acima.

Em 27 de novembro de 2012, por exemplo, Flávio comprou um apartamento na Zona Sul do Rio de Janeiro por R$ 140.000 e vendeu por R$ 550.000, tendo um lucro de 292%. O senador arrematou outro imóvel em Copacabana, desta vez por R$ 170.000 e ‘passou para frente” um ano depois, por R$ 573.000. Lucro de 237%.

Segundo o Ministério Público, de acordo com o índice Fipezap, utilizado no mercado imobiliário, a valorização de imóveis no bairro ficou em 11% neste período. Nos doze meses que separam compra e venda dos imóveis acima descritos, o índice de valorização na área não passou de 9%. A evidência deixa as transações de Flávio longe da realidade.

Compradores

O MP frisa que os imóveis de Flávio foram comprados pela Listel S.A, sediada no Panamá, país conhecido como paraíso fiscal. Os autores do documento, cujo qual a Veja teve acesso, citam que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) considera como “sérios indícios” de lavagem de dinheiro “a realização de operações imobiliárias envolvendo pessoas jurídicas cujos sócios mantenham domicílio em países com tributação favorecida”.

Flávio se pronunciou sobre a reportagem, afirmando que as informações são falsas e se dizendo vítima de vazamentos de dados.. O senador disse ainda que “os valores informados são absolutamente falsos e não chegam nem perto dos valores reais”, e que “tudo será provado em momento oportuno dentro do processo legal”.

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