Zelaya fez a declaração à rede de televisão “Televisa”, após o governo mexicano ter informado por meio de nota oficial que tenta “atender a uma solicitação do presidente de Honduras, José Manuel Zelaya Rosales, para ser recebido no México”.
O líder deposto explicou ainda que “o regime de fato tirou um documento da manga como condição para a saída” dele de Honduras, e teria exigido que ele “renunciasse ao cargo de presidente”.
Essa exigência, acrescentou, é “inadequada para meu país, meu povo e meu mandato que termina em 27 de janeiro”.
Segundo o governo mexicano, em comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores, as negociações contam “com o apoio de países amigos e de alguns políticos hondurenhos, com o propósito de obter as garantias de segurança necessárias, mediante um salvo-conduto, para que o presidente Zelaya possa deixar a embaixada do Brasil em Tegucigalpa”, onde está refugiado desde o dia 21 de setembro.
Quase ao mesmo tempo, em Tegucigalpa, o chanceler do governo de fato de Honduras, Carlos López, informou que foi rejeitada uma solicitação feita pelo México de salvo-conduto para que Zelaya viajasse a esse país, mas disse que “segue aberta” a possibilidade do documento ser concedido.
O governo hondurenho “negou (o salvo-conduto) pela forma como foi feita a solicitação e pela falta de qualificação jurídica do tipo de asilo que lhe pretendiam conceder”, explicou López à imprensa local.
“Isso não representa um ponto final por parte do governo, estamos dispostos a examinar (a solicitação) sempre e quando, claro, forem cumpridos os devidos requisitos”, concluiu.