O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, confirmou hoje que negocia com o governo de fato um salvo-conduto para deixar o país, mas garantiu que não quer e não aceitará asilo político.
“Não peço, não solicito, não quero, não aceito asilo político, absolutamente, de nenhuma sociedade, de nenhum país, nem de ninguém”, afirmou Zelaya à rádio hondurenha “Globo”. “Isso não limita minhas possibilidades de sair do país, mas o asilo não é a solução”, acrescentou.
Sobre a autorização para deixar Honduras, o líder deposto confirmou que “é o que vem sendo comentado há vários dias. Mas não posso me pronunciar agora porque ainda não tenho nenhum salvo-conduto, documento, ou qualquer tipo de declaração oficial do governo de fato que me dê permissão para viajar, e enquanto não tiver, não falarei mais nada a respeito”, explicou.
Zelaya, que permanece na embaixada brasileira em Tegucigalpa, também reiterou na entrevista que ainda se considera “o presidente legítimo de Honduras”, e que seu mandato termina em 27 de janeiro de 2010.
Por sua vez, o governo do México começou a discutir com as autoridades hondurenhas uma solução para o caso, que poderia ser a ida de Zelaya ao país.
“Estamos em negociação e aguardamos uma confirmação de salvo-conduto a Zelaya, o que pode ocorrer em poucas horas, ou levar dias”, disse à Agência Efe uma fonte ligada ao governo mexicano, que pode conceder um asilo político ao líder deposto.