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Versalhes abre ao público os aposentos privados da rainha Maria Antonieta

Estes apostos, restauradores com móveis de muito luxo, recuperando padrões e tecidos da época, foram o seu “refúgio” durante seu conturbado reinado

Redação Jornal de Brasília

19/06/2023 9h20

Foto: Christophe ARCHAMBAULT / AFP

O Palácio de Versalhes, que este ano comemora 400 anos, abrirá ao público no dia 27 de junho os aposentos privados de Maria Antonieta, a rainha consorte de Luís XVI que acabou guilhotinada durante a Revolução Francesa.

Maria Antonieta (1755-1793) chegou ao corte francês em 1770 e, depois de se casar com o futuro rei, ordenou que os aposentos privados que herdara fossem ampliados e transformados no enorme palácio.

Estes apostos, restauradores com móveis de muito luxo, recuperando padrões e tecidos da época, foram o seu “refúgio” durante seu conturbado reinado.

Nestes quartos, situados em dois andares da ala esquerda do palácio, a rainha de origem austríaca se cercou dos seus filhos, das suas cortesãs e provavelmente do seu claro amante, o conde sueco Axel de Fersen.

Oficial do Exército sueco, Axel de Fersen conheceu a rainha em um baile na Ópera de Paris em janeiro de 1774.

Eles se tornaram amigos rapidamente e, anos depois, o conde participaram da Guerra da Independência americana. Quando voltou à corte de Versalhes, em 1783, Maria Antonieta já era rainha e tinha filhos, mas sua relação com Luís XVI era simplesmente amistosa.

Tudo indica que a rainha “alojou” Axel de Fersen no segundo andar, nas chamadas salas de “serviço”, com base na correspondência secreta entre os dois recentemente descoberta nos Arquivos Nacionais franceses.

A restauração de todos esses espaços “oferece uma nova compreensão da história com esse paradoxo entre vida pública e vida privada, etiqueta e intimidade, uma condensação de história extraordinária em apenas alguns metros quadrados”, explicou à AFP Catherine Pégard, presidente do palácio e do domínio de Versalhes.

Ela destaca a recuperação dos tecidos de seda com núcleos que se presumem originais da época, como o lilás e o dourado, e a recuperação de um papel pintado em que está representado um grande abacaxi, fruta que Maria Antonieta adorava.

A biblioteca privada e a sala de bilhar também foram restauradas. No total, são cerca de 100 metros quadrados.

Sujeita a uma etiqueta rígida e cerimônias públicas ao longo do dia, Maria Antonieta poderia se retirar para esses aposentos por uma discreta porta falsa no salão onde recebia a corte.

“Foi por esta porta que a rainha escapou à ira dos revolucionários em 6 de outubro de 1789”, explicou Pégard.

A multidão forçou a família real a se mudar para Paris. Maria Antonieta “nunca mais voltou para Versalhes”, acrescentou a especialista.

© Agence France-Presse

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