O Uruguai foi aceito para ingressar no Tratado Integral e Progressivo de Associação Transpacífico (CPTPP, na sigla em inglês), um acordo comercial que reúne 15% do PIB global, informou o Ministério das Relações Exteriores do país sul-americano nesta sexta-feira (21).
A adesão foi solicitada em 2022 durante o governo do centro-direitista Luis Lacalle Pou. A aceitação também ocorre em um momento em que o Uruguai e os demais países do Mercosul (Argentina, Brasil e Paraguai) aguardam que o braço Executivo da União Europeia consiga a aprovação final de seus membros para fechar um acordo comercial entre os dois blocos em dezembro.
O CPTPP reúne 15% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e abrange 595 milhões de pessoas.
Chile, México e Peru são os três países latino-americanos que até agora fazem parte deste pacto comercial transpacífico, juntamente com Austrália, Brunei, Canadá, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Singapura, Reino Unido e Vietnã.
O “#CPTPP acaba de aceitar o pedido de adesão do #Uruguai #Resultados à vista: trabalho que transcende governos, a favor dos interesses do Uruguai”, publicou, nesta sexta-feira, o ministro das Relações Exteriores uruguaio, Mario Lubetkin, em sua conta no X.
A partir da aprovação, inicia-se um processo de negociação para definir as condições e permitir a entrada efetiva do Uruguai.
Lubetkin destacou em uma coletiva de imprensa que, com a adesão ao bloco, seu país busca “mais fontes de trabalho, mais investimentos”.
O chanceler afirmou que o Mercosul está em um processo de “reenergização”, no qual seus membros negociam com outros países, e não considera que o passo dado pelo Uruguai para se juntar ao tratado Transpacífico gere rejeição dentro do bloco sul-americano.
Lubetkin lembrou que a Argentina acaba de anunciar um acordo comercial com os Estados Unidos e o Brasil também negocia com Washington sobre a imposição de tarifas.
“Ninguém no Mercosul está propondo sair ou destruí-lo, estamos vendo como projetar para o futuro”, comentou.
Por sua vez, a vice-ministra das Relações Exteriores, Valeria Csukasi, destacou que o Uruguai abrirá oito novos mercados se a adesão for concretizada, após negociações que abrangerão diversos temas como normas comerciais e propriedade intelectual.
“Passamos a ter condições iguais de acesso em mercados onde nossa concorrência estava nos superando porque não precisava pagar tarifas”, afirmou a diplomata, encarregada de liderar as negociações.
Entre 2022 e 2024, o CPTPP foi o destino de 9% do total das mercadorias exportadas pelo Uruguai.
A Costa Rica também solicitou adesão ao bloco e está prestes a concluir o processo para efetivar sua entrada.
AFP