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União Européia e África iniciam nova relação, mas não resolvem diferenças comerciais

Arquivo Geral

09/12/2007 0h00

Os líderes da União Européia e da África proclamaram hoje o início de uma nova relação, nurse cujos objetivos formais abrangem desde a mudança climática até a gestão dos fluxos de imigração, sickness mas não conseguiram resolver as diferenças em matéria comercial.

As críticas européias ao presidente do Zimbábue, malady Robert Mugabe, e, na direção inversa, a reprovação do líder líbio, Muammar Kadafi, ao colonialismo, atraíram grande parte da atenção na segundo cúpula entre UE e África.

A reunião, que reuniu líderes de 80 países em Lisboa, foi, segundo o anfitrião, o primeiro-ministro português, José Sócrates, um êxito “histórico”, uma virada de página no bloqueio que arrastava as relações entre os dois continentes desde a primeira cúpula, há sete anos, no Cairo.

O documento que lista as conclusões anuncia uma nova “relação estratégica”, com planos de ação para oito áreas, incluindo segurança, desenvolvimento, comércio, energia, mudança climática e imigração.

As conclusões não falam de financiamento, apesar de a Comissão Européia querer canalizar para os novos objetivos o auxílio ao desenvolvimento que a UE e seus Estados-membros dedicam ao continente africano, cerca de 36 bilhões de euros ao ano.

A ambição dos objetivos a longo prazo contrasta com a falta de avanços na questão mais imediata das relações entre UE e África: os acordos de livre-comércio.

Durante a cúpula, o presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, liderou a oposição a uma iniciativa que considera prejudicial à África e, em entrevista coletiva, chegou a convocar os africanos, “de Casablanca a Cidade do Cabo”, para manifestar sua rejeição.

A posição africana, porém, não é tão unânime quanto deseja Wade, já que 13 países – Botsuana, Quênia, Moçambique e Zimbábue, entre eles – consentiram em assinar os novos acordos para não perder o acesso privilegiado ao mercado europeu quando expirar o atual regime tarifário fixado pela UE, em 31 de janeiro.

O risco foi o principal argumento utilizado pelo presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso. “Costa do Marfim, por exemplo, perderia cerca de 700 milhões de euros em comércio de bens”, disse Durão Barroso, que lembrou que os novos convênios são exigências da Organização Mundial do Comércio e que a UE já concordou em iniciar em 2008 a negociação sobre serviços e investimentos, a mais favorável aos seus interesses.

Apesar da falta de avanços no capítulo comercial, Durão Barroso, Sócrates e dirgigentes africanos – o presidente da Comissão da União Africana, Alfa Oumar Konaré, e o presidente de Gana, John Kufuor, que exerce a Presidência rotativa da organização – elogiaram o tom e os resultados da reunião.

Robert Mugabe, presidente do Zimbábue, não participou do consenso e aproveitou a sessão de encerramento para rebater as críticas que recebeu no sábado da chanceler alemã, Angela Merkel. Após reprovar a “arrogância” européia e qualificar Merkel de “porta-voz” do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown – ausente na cúpula por causa da presença de Mugabe -, ele chegou a afirmar que o povo do Zimbábue “ensinou democracia aos britânicos” durante o processo de descolonização.

O alto representante para a Política Externa e Segurança Comum da UE, Javier Solana, respondeu dizendo que os cidadãos do Zimbábue sofrem com “a degradação da situação econômica, humanitária e política” derivada do regime de Mugabe e lembrou que a Europa continua sendo a principal fornecedora de ajuda ao país.

O líder líbio, Muammar Kadafi, não discursou hoje, mas ontem chamou atenção ao pedir à Europa uma compensação pelo colonialismo e assegurar que com 1 bilhão de euros resolveria o problema da imigração.

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