A União Europeia (UE) vai impor novas sanções a 37 funcionários e organizações iranianas pela repressão aos protestos no país, mas ainda debate a designação da Guarda Revolucionária iraniana como um “grupo terrorista”, afirmaram diplomatas nesta sexta-feira (20).
Os ministros das Relações Exteriores do bloco se reunirão em Bruxelas, na próxima segunda-feira (23), e pretendem adotar o quarto pacote de sanções contra o Irã pela repressão aos protestos
O Irã é palco de uma onda de protestos desde a morte, em 16 de setembro, de Mahsa Amini, uma curda iraniana de 22 anos que faleceu após ser detida pela polícia da moralidade por supostamente desrespeitar o código de vestimenta do país, que obriga as mulheres a usar o véu em público.
As autoridades do país prenderam pelo menos 14.000 pessoas em relação aos protestos, segundo a ONU. Além disso, quatro pessoas foram executadas por participar nos atos e outras 18 foram condenadas à morte.
A UE já ordenou o congelamento de bens e a proibição da emissão de vistos para mais de 60 funcionários e entidades iranianas, incluindo a polícia da moralidade, comandantes da Guarda Revolucionária e a imprensa estatal.
No entanto, os países da UE não classificaram a Guarda Revolucionária como um grupo “terrorista”, apesar dos apelos da Alemanha e de outros países do bloco para tal.
O Irã já alertou a UE sobre as consequências desta classificação, e algumas autoridades europeias temem que a decisão possa acabar com as tentativas de reviver o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, uma iniciativa mediada por Bruxelas.
“Acredito que não é uma boa ideia, porque impede o progresso em outras questões”, declarou um alto funcionário da UE.
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