Quarenta e cinco aeronaves chinesas foram detectadas nos arredores de Taiwan, informou o Ministério da Defesa da ilha nesta quarta-feira (15, noite de terça em Brasília), a menos de uma semana da posse do novo presidente do território de governo autônomo, em 20 de maio.
Esse foi o número mais alto de aeronaves chinesas detectadas no entorno de Taiwan – que Pequim reivindica como parte da China – em um único intervalo de 24 horas neste ano.
Pequim classifica o próximo presidente, Lai Ching-te, como “um perigoso separatista”, e a tensão entre os dois lados do Estreito de Taiwan está elevada desde a sua vitória no pleito ocorrido em janeiro.
Nesta quarta-feira, o Ministério da Defesa de Taipé informou que detectou 45 aeronaves chinesas e seis embarcações operando no entorno de Taiwan durante o período de 24 horas que antecedeu as 6h (19h de terça-feira em Brasília).
“Vinte e seis dessas aeronaves atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan”, informou o ministério em nota, referindo-se a uma linha que corta ao meio a hidrovia de 180 quilômetros que separa Taiwan da China continental. O ministério acrescentou que havia monitorado a situação e respondido “de acordo”.
Na noite de terça-feira, a pasta informou que 23 aeronaves chinesas – incluindo caças e drones – haviam sido detectadas no entorno de Taiwan em um período de duas horas.
A China já assinalou que jamais renunciaria ao uso da força para trazer Taiwan para o controle de Pequim.
O gigante asiático aumentou a pressão militar sobre Taipé em anos recentes, enviando aeronaves e embarcações militares para o entorno da ilha quase que diariamente, algo que especialistas afirmam se tratar de “táticas de zona cinzenta” que não chegam a constituir um ato de guerra.
Lai, assim como a presidente demissionária, Tsai Ing-wen, rejeitam as reivindicações de Pequim sobre Taiwan.
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