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Mundo

Solidariedade com a Ucrânia se espalha pelo mundo

Tóquio, Taipei, Curitiba, Nova York e Washington foram palco de manifestações

Redação Jornal de Brasília

26/02/2022 12h10

Com passeatas à luz de tochas, ou simples caminhadas nas ruas, as manifestações de solidariedade com a Ucrânia e contra a invasão russa se multiplicam em todo mundo, da Argentina à Geórgia, passando por Canadá e Itália.

Neste sábado (26), os habitantes de Tóquio participaram de uma manifestação para denunciar a guerra na Ucrânia. 

“Precisamos aumentar a pressão do mundo (contra a Rússia). É uma guerra entre a ditadura e a democracia”, declarou um manifestante. 

Na Suíça, milhares de pessoas também se reuniram nas ruas hoje para apoiar a Ucrânia e denunciar a invasão das forças russas. Em Genebra, o protesto reuniu mais de mil pessoas na Praça das Nações, em frente à sede da ONU, conforme a polícia local.

Envolvidos pela bandeira ucraniana, ou vestidos com suas cores nacionais, amarelo e azul, a multidão se concentrou, no final da manhã, em torno da escultura “Cadeira Quebrada”, obra monumental de Daniel Berset, que simboliza as vítimas civis da guerra.

Em duas cidades do sul da França, Marselha e Montpellier, várias centenas de pessoas marcharam aos gritos de “Stop War, stop Putin” e “OTAN, aja”.

O príncipe William, da Inglaterra, e sua mulher, Katherine, enviaram hoje, pelo Twitter, uma mensagem pessoal de apoio a “todo povo ucraniano”, um incomum gesto geopolítico por membros da Casa Real Britânica.

Na mensagem, assinada com as iniciais de ambos, o casal expressou seu apoio ao presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

“Em outubro de 2020, tivemos o privilégio de conhecer o presidente Zelensky e a primeira-dama”, disseram os duques, acrescentando que “hoje apoiamos o presidente e todo povo ucraniano em sua corajosa luta por seu futuro”.

Em Roma, uma reunião convocada por vários sindicatos e associações reuniu mais de 1.000 pessoas neste sábado, em uma praça no centro da cidade, ao redor de um pódio adornado com a inscrição: “Contra a guerra”.

Os manifestantes, alguns com suas famílias, levavam faixas e cartazes com frases como “Faça amor, não faça guerra” e “Queremos paz”.

Ontem à noite (25), também na capital italiana, uma marcha à luz de tochas com milhares de participantes desfilou até o Coliseu, com cartazes que diziam “Putin, assassino!”, “Sim à paz, não à guerra”, ou ainda “Banir a Rússia do Swift”.

Outros cartazes mostravam o presidente russo com a mão manchada de sangue sobre o rosto, ou comparavam-no a Hitler com a menção: “Você sabe reconhecer a história quando ela se repete?”.

“Sempre fomos próximos do povo ucraniano (…) Daqui, nosso sentimento de impotência é enorme. Não podemos fazer mais nada no momento”, disse à AFP Maria Sergi, de 40 anos, uma italiana nascida na Rússia.

Vladimir Putin “causou muitos danos, até mesmo ao seu próprio povo. Temos muitos amigos que sofreram muito por causa de sua política”, acrescentou.

Ainda na noite de sexta (25), quase 30.000 pessoas se reuniram na Geórgia, antigo país soviético. A guerra, que segundo Kiev já custou a vida de pelo menos 198 civis, provocou um sentimento de “déjà vu” na Geórgia, também vítima de uma devastadora invasão russa em 2008. 

Os manifestantes marcharam pela principal rua da capital, Tbilisi, agitando bandeiras ucranianas e georgianas e cantando os hinos nacionais de ambos os países.

“Temos compaixão pelos ucranianos, talvez mais do que outros países, porque conhecemos a agressão bárbara da Rússia no nosso solo”, disse à AFP Niko Tvauri, um motorista de táxi de 32 anos.

“Ucranianos, georgianos, o mundo inteiro deve resistir a Putin, que quer restaurar a União Soviética”, declarou Meri Tordia, professora de francês de 55 anos. 

“A Ucrânia está sangrando, e o mundo está assistindo e falando sobre sanções que não conseguem parar Putin”, acrescentou ela, chorando. 

Em Atenas, mais de 2.000 pessoas se reuniram em frente à embaixada russa, ontem à noite, a pedido do Partido Comunista e do partido de esquerda radical Syriza.

Tradicionalmente pró-russos, esses partidos denunciam a “invasão russa da Ucrânia” e uma “guerra imperialista contra um povo”.

– Manifestações de solidariedade fora da Europa –

Tóquio, Taipei, Curitiba, Nova York e Washington também foram palco de manifestações.

Na Argentina, cerca de 2.000 pessoas, incluindo imigrantes ucranianos e argentinos de ascendência ucraniana, manifestaram-se em Buenos Aires, pedindo à embaixada russa “a retirada incondicional” das tropas “assassinas” de Putin.

Embrulhados na bandeira ucraniana, vestidos com trajes tradicionais, com faixas em espanhol, ucraniano, ou inglês, dizendo “Pare a guerra”, ou “Putin tire suas mãos da Ucrânia”, os manifestantes gritavam palavras de ordem em ucraniano, como “Glória à Ucrânia, Glória aos seus heróis” e cantavam os hinos ucraniano e argentino.

“Russos e ucranianos têm muito em comum. Então, meu principal sentimento é a raiva. A última coisa que imaginei era que os russos entrariam para matar meu povo”, disse à AFP Tetiana Abramchenko, de 40 anos, quase às lágrimas. 

Ela chegou com a filha à Argentina em 2014, após a anexação russa da Crimeia.

Em Montreal, no Canadá, dezenas de pessoas não hesitaram na tarde de sexta-feira em enfrentar uma tempestade de neve para protestar sob as janelas do Consulado Geral russo.

“Putin, tire suas mãos da Ucrânia”, cantaram em coro. 

“Sou contra esta guerra”, afirmou Elena Lelièvre, engenheira russa de 37 anos, em entrevista à AFP. 

“Espero que este seja o começo do fim deste regime”, completou.

Com o cabelo escondido sob um gorro verde, Ivan Puhachov, estudante de ciência da computação da Universidade de Montreal, disse estar “aterrorizado” com a situação, pedindo que equipamentos militares adicionais sejam enviados para seu país, onde sua família mora.

Alguns manifestantes seguravam um retrato de Vladimir Putin coberto com uma mão ensanguentada, e outros carregavam bandeiras ucranianas ao vento.

Outras manifestações também foram organizadas em Halifax, Winnipeg, Vancouver e Toronto nos últimos dias.

bur-glr/mab/me/mr/tt

© Agence France-Presse

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