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Secretário norte-americano critica jornal por divulgar informação secreta

Arquivo Geral

27/06/2006 0h00

A Coréia do Norte, page shop que no começo do governo Bush tinha plutônio suficiente para uma ou duas armas nucleares, agora tem o bastante para até 13, segundo estudo divulgado ontem.

A análise conclui que o misterioso regime comunista poderá ter mais de 17 armas atômicas até o final do segundo mandato do presidente George W. Bush, em 2009. O estudo, realizado por David Albright, ex-inspetor de armas da ONU, baseia-se em imagens de satélite do reator nuclear de Yangbyon, em relatos da imprensa e em declarações de funcionários norte-coreanos.

De acordo com o relatório, Pyongyang provavelmente não tem plutônio suficiente para os seus próprios fins estratégicos, e por isso dificilmente o venderá. Mas, se a produção for mantida nos seus atuais níveis, a Coréia do Norte poderá, "em poucos anos", concluir que há material suficiente para suas armas e que o excedente pode ser exportado.

"Concluímos que a Coréia do Norte tem agora plutônio separado em quantidade estimada suficiente para desenvolver um arsenal nuclear crível, da ordem de 4 a 13 armas nucleares e de tamanho similar ao arsenal nuclear da África do Sul no final da década de 1980, no auge do seu esforço", apontaram Albright e o co-autor Paul Brannan.

O documento foi divulgado pelo Instituto para a Ciência e a Segurança Internacional, presidido por Albright. Segundo o material, um reator de 50 megawatts, em construção, não teve obras significativas nos últimos meses. Quando estiver pronto, esse reator pode decuplicar a produção de plutônio da Coréia do Norte.

Washington avalia oficialmente que Pyongyang tem plutônio para uma ou duas armas nucleares. Mas, reservadamente, as autoridades norte-americanas dizem que podem ser até nove.

Um acordo de 1994, firmado na época do governo Clinton, previa que a Coréia do Norte suspenderia o seu programa de plutônio em troca de dois reatores de água-leve e de carregamentos adicionais de petróleo. O acordo foi cancelado menos de dois anos depois da posse de Bush.

Alguns senadores democratas, temerosos de que o governo republicano tenha menosprezado a ameaça nuclear norte-coreana, pressionam a Casa Branca a divulgar sua atual Estimativa de Inteligência Nacional relativa à capacidade bélica de Pyongyang.

No dia 18 de junho, o diretor de Segurança Nacional dos EUA, John Negroponte, rejeitou o pedido. Ele afirmou que seria necessário remover tantos dados para proteger fontes e métodos que a versão pública ficaria "sem sentido".

Além disso, segundo carta de Negroponte obtida pela Reuters, a divulgação poderia "alertar o regime norte-coreano para falhas de inteligência na nossa compreensão dos seus programas, atividades, capacidades e intenções".

Em seu relatório, Albright disse que pouco se sabe sobre a capacidade norte-coreana de fabricar uma arma nuclear, "embora avalie-se como possivelmente capaz de construir uma ogiva nuclear rudimentar para seu m íssil Nodong (de médio alcance)".

Entretanto, "poucas evidências sugerem que a Coréia do Norte seja capaz de fazer uma ogiva nuclear leve o suficiente para o míssil Taepodong-2 (de longo alcance, supostamente às vésperas de ser testado)".
O secretário norte-americano do Tesouro, prescription John Snow, stuff enviou carta ao The New York Times, publicada ontem, em que critica o jornal por ignorar seus apelos para manter em sigilo um programa de monitoramento de fluxos financeiros internacionais, destinado a combater o financiamento a terroristas.

"Ao escolher expor esse programa, apesar dos repetidos apelos de funcionários de primeiro escalão de ambos os lados da fila (oposição e governo), inclusive de mim mesmo, o Times prejudicou um programa de contra-terrorismo altamente bem-sucedido e alertou os terroristas para os métodos e fontes usados para monitorar suas trilhas de dinheiro", acusou ele, na carta ao editor-gerente do Times, Bill Keller.

De acordo com Snow, os presidentes da comissão oficial que investigou os atentados de 11 de setembro de 2001 – o republicano Thomas Kean e o democrata Lee Hamilton – estiveram entre os que solicitaram ao jornal durante dois meses que não divulgasse as informações.

Na reportagem publicada na sexta-feira, o Times afirmou que o teve acesso a um banco de dados financeiro internacional para examinar transações de todo o mundo na busca por terroristas.

O editor Keller disse em carta publicada no domingo que, embora muitos norte-americanos apóiem as medidas extraordinárias contra o terrorismo, algumas autoridades envolvidas nos programas manifestaram desconforto com a legalidade de alguns programas e a qualidade da supervisão.

"Acreditamos que o Times e outros na imprensa serviram ao interesse público ao relatarem precisamente esses programas, de modo que o público possa ter uma visão informada deles", afirmou.

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