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Mundo

Sarkozy dá garantias de segurança a Israel e pede paz com palestinos

Arquivo Geral

23/06/2008 0h00

O presidente da França, more about Nicolas Sarkozy, hospital garantiu hoje a Israel que o país não terá que enfrentar apenas a ameaça do “Irã nuclear”, mas também pediu a paz com os palestinos, pois disto depende a sua própria segurança.


“A França se interporá no caminho daqueles que pregarem a destruição de Israel”, declarou Sarkozy em discurso na Knesset (Parlamento israelense) se referindo a declarações neste sentido do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.


Sarkozy, que no início da manhã visitou o Museu do Holocausto, disse que não acontecerá outro genocídio do povo judeu, e que a “França estará ao lado de Israel”.


Segundo o presidente francês, “o programa nuclear iraniano requer uma resposta decisiva de toda a comunidade internacional”, e seu país tem a determinação de “intensificar” as sanções contra Teerã “se não cumprir os compromissos internacionais”.


Israel recebeu Sarkozy e sua mulher, Carla Bruni, ontem com tapete vermelho por considerar que, desde que assumiu a Presidência francesa no ano passado, as relações bilaterais deram meia-volta, deixando para trás décadas de desencontro diplomático pela questão palestina.


O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, o líder do Likud, Benjamin Netanyahu, e a presidente da Knesset, Dalia Itzik, coincidiram hoje em seus discursos ao chamar Sarkozy de “verdadeiro amigo de Israel”.


O presidente francês aproveitou a oportunidade oferecida pela Knesset para falar aos israelenses “com o coração na mão” sobre “amizade”. Além disso, disse a eles que, além das ameaças de países como o Irã e do terrorismo islâmico, a segurança de Israel também passa pela criação de um Estado palestino.


“Israelenses e palestinos são cúmplices da mesma dor. Não haverá solução, não haverá solução sem compreensão mútua e respeito mútuo”, defendeu Sarkozy.


Relembrando o passado da França, após suas sucessivas guerras com a Alemanha, afirmou que a reconciliação entre inimigos é possível.


“Venho de um Estado que teve que perdoar e aceitar seus vizinhos”, declarou Sarkozy aos parlamentares israelenses, a quem pediu para não perderem a oportunidade de fazer paz, pois “Israel tem direito à segurança como os outros povos, e os palestinos a um Estado”.


Em discurso repleto de garantias em matéria de segurança a Israel, país que disse ter sido fundado sobre “tanta injustiça e, ao mesmo tempo, tanta esperança”, Sarkozy se referiu às obrigações de cada parte no processo de paz iniciado em Annapolis (Estados Unidos) há sete meses.


O presidente francês também reiterou que não haverá paz enquanto houver terrorismo, sem o fim da construção de assentamentos judeus, sem que os palestinos possam se movimentar livremente, sem uma solução justa para o problema dos refugiados palestinos e, finalmente, “sem assumir que Jerusalém deva ser a capital de dois Estados”.


Em sua intervenção, Sarkozy elogiou o desenvolvimento científico e tecnológico de Israel, sua contribuição para as letras e para as ciências universais, mas também pôde comprovar por si mesmo a tensão respirada em uma democracia marcada pelas diferenças entre a maioria judaica e a minoria árabe.


Durante o discurso de Netanyahu, vários deputados árabes recriminaram a gritos suas comparações entre o “islamismo fundamentalista” e o “nazismo” na presença de Sarkozy, que esteve acompanhado o tempo todo pelo presidente israelense, Shimon Peres.


O líder do Likud, que aproveitou seu discurso para fazer campanha diante da possível antecipação das eleições em Israel, disse a Sarkozy que, se ele chegar ao cargo de primeiro-ministro, “não devolverá (as Colinas de) Golã” à Síria, nem “dividirá Jerusalém”, pois a cidade é “a capital eterna e indivisível de Israel”.


Sarkozy dedicará o resto do dia a questões protocolares e a um encontro com os pais do soldado israelense Gilad Shalit, seqüestrado em Gaza desde 2006 e que também tem nacionalidade francesa.


Amanhã, já na etapa palestina de sua visita, Sarkozy se reunirá em Belém, na Cisjordânia, com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.


 

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