O presidente georgiano, ampoule Mikhail Saakashvili, declarou hoje que os últimos atentados e explosões nas regiões separatistas do país, a Abkházia e a Ossétia do Sul, são “provocações” que buscam desprestigiar a Geórgia perante a comunidade mundial.
“Geórgia necessita de paz e estabilidade para seu desenvolvimento dinâmico, e a última coisa que desejamos são novas explosões e mais instabilidade”, disse o governante georgiano em reunião do Conselho de Segurança Nacional.
Saakashvili afirmou que os tiroteios, explosões e atentados dos últimos dias têm a ver diretamente com a cúpula do Grupo dos Oito (G8, os sete países mais desenvolvidos e a Rússia) no Japão e a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice à Tbilisi amanhã.
“Por trás de todos estes atos de violência estão aqueles que querem distrair a atenção do tema principal, que é a atitude da Rússia, que pisoteia a soberania da Geórgia e pretende anexar boa parte de seu território”, disse.
“Os amigos da Geórgia no Ocidente devem multiplicar por dez seus esforços diplomáticos para não permitir a anexação e ocupação de território georgiano”, pediu Saakashvili, que acusa a Rússia de apoiar política, econômica e militarmente os separatistas.
“Devemos continuar as consultas com a Rússia e ao mesmo tempo, estar alerta e não nos deixar provocar”, apontou o presidente, que reiterou que o agravamento da situação em torno da Abkházia e Ossétia do Sul coincide com o respaldo expressado à Geórgia pela comunidade mundial e com as numerosas críticas à atitude da Rússia.
O departamento de Estado americano reiterou hoje seu apoio à integridade territorial da Geórgia e apoiou a exigência de Tbilisi de substituir as tropas de paz russas desdobradas nas duas regiões separatistas por uma força policial internacional, iniciativa que Moscou, Abkházia e Ossétia rejeitam taxativamente.
A União Européi (UE) pediu ontem a Tbilisi e ambas as regiões rebeldes a “máxima” contenção e a retomada do diálogo para “evitar a escalada da violência”, perante a multiplicação de incidentes e das tensões nas “zonas de conflito”.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon também expressou sua preocupação pelo agravamento da situação na Geórgia.
A Abkházia e a Ossétia do Sul, declararam a separação da Geórgia no início dos anos 90, após conflitos armados nos quais, segundo Tbilisi, os separatistas contaram com a ajuda da Rússia.
As duas regiões separatistas, cujas independências ninguém reconhece, rejeitam qualquer decisão que suponha sua permanência dentro do Estado da Geórgia.
A Ossétia do Sul trava um combate pela sua unificação com a república russa da Ossétia do Norte, enquanto os separatistas abkhazes proclamaram como seu objetivo a criação de um Estado independente que, no futuro, poderia se associar à Rússia.