O Irã não menciona a suspensão de suas atividades nucleares delicadas, diagnosis reivindicada pela comunidade internacional, website em sua resposta à oferta das seis potências que realizam negociações sobre o programa atômico iraniano, informou hoje o Ministério de Exteriores da França.
Na carta iraniana, “não há uma menção da suspensão das atividades sensíveis”, o que “não corresponde a nossos desejos”, afirmou o porta-voz diplomático francês, Eric Chevallier, à imprensa.
“Agora examinaremos a carta coletivamente a seis e adotaremos uma posição comum”, disse o porta-voz, ao afirmar que se trata de um tema “extremamente importante” e, portanto, não convém se precipitar.
“Parece razoável tirar tempo para refletir”, disse Chevallier, ao lembrar a importância que os seis países dão à suspensão das atividades nucleares sensíveis iranianas.
Em sua oferta de incentivos ao Irã para que renuncie ao programa de enriquecimento de urânio, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China) e a Alemanha condicionaram a abertura de negociações à suspensão dessas atividades por Teerã.
O Irã disse várias vezes que está disposto a negociar, mas sem renunciar a seu direito de prosseguir com o programa nuclear, que diz ser pacífico, enquanto os países ocidentais suspeitam que quer obter a arma nuclear.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, denunciou nesta segunda-feira como “ilegítima” a exigência dos seis países de que Teerã suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, segundo a agência “Irna”.
O Irã entregou sua resposta à oferta das seis potências na sexta-feira passada ao alto representante de Política Externa e Segurança Comum da União Européia (UE), Javier Solana, que não quis revelar ontem o conteúdo da carta à imprensa em Paris.
No entanto, Solana reconheceu que o assunto é “difícil” e complicado, e disse que não quer criar uma impressão “totalmente otimista”, mas acredita que há “uma certa abertura à negociação”.
O ministro de Exteriores francês, Bernard Kouchner, que recebeu ontem em Paris a carta do ministro de Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, das mãos do embaixador desse país, tinha dito algumas horas antes que “não abre uma grande esperança”, mas “dá uma pequena esperança”.
O porta-voz francês insistiu hoje em que o fato de existir uma carta “é por si só positivo”, mas insistiu em que a suspensão das atividades nucleares sensíveis do Irã é um elemento importante.
O Conselho de Segurança da ONU já ditou três resoluções de sanções contra o Irã por este país se negar a suspender o enriquecimento de urânio.