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Mundo

Reino Unido desacelerará programa de introdução de biocombustíveis

Arquivo Geral

07/07/2008 0h00

O Reino Unido desacelerará seu programa de introdução de biocombustíveis para lutar contra a mudança climática, salve por temer os efeitos de uma expansão descontrolada desse tipo de combustíveis, anunciou hoje o Governo britânico.

Em comparecimento perante a Câmara dos Comuns, a ministra de Transporte britânica, Ruth Kelly, afirmou que o Executivo “procederá de forma cautelosa” ao estímulo ao uso dos biocombustíveis.

O Governo fez o anúncio depois que o presidente do Banco Mundial (BM), Robert Zoellick, pediu hoje aos países ricos que reformem suas políticas de biocombustíveis e priorizem o cultivo de alimentos para combater a atual crise de alimentos.

Kelly reconheceu que “os biocombustíveis podem ter um grande papel na redução de emissões de carbono e na luta contra a mudança climática”, mas geram “crescentes dúvidas”. A ministra advertiu de que uma expansão desmedida desse tipo de combustíveis, que precisam de terras de cultivo e são obtidos através de raízes como a beterraba, poderia causar um encarecimento dos alimentos e a destruição das selvas tropicais.

“Devemos proceder de maneira cautelosa até termos certeza de que o crescimento da expansão e utilização (dos biocombustíveis) maximiza os benefícios e minimiza os riscos para o mundo”, concluiu.

Desta forma, o Governo desacelerará a aplicação da Obrigação de Combustível Renovável para o Transporte (RFTO), fixada pela União Européia (UE), que exige que 2,5% da gasolina e gasóleo vendidos nos postos de gasolina sejam biocombustíveis.

O Executivo manterá contatos pertinentes para adiar até 2013 o cumprimento do objetivo contemplado na RFTO de aumentar a venda de combustíveis biológicos até mais de 5% em 2010.

Kelly fez o anúncio em resposta à divulgação do chamado “Relatório Gallagher”, dirigido pelo professor Ed Gallagher, chefe da Agência de Combustíveis Renováveis do Governo, a fim de analisar o impacto dos biocombustíveis no uso da terra.

O documento recomenda ao Executivo que “se modifiquem, mas que não se abandonem”, as políticas de defesa dos biocombustíveis. O relatório conclui que “há futuro para a indústria de biocombustíveis sustentáveis” e que esse setor poderia evitar a emissão de até 371 milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera até 2020.

No entanto, o texto adverte de que a expansão descontrolada dos biocombustíveis poderia ter efeitos negativos no uso das terras de cultivo e empurrar para cima o preço dos alimentos.

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