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Protestos deixam 50 feridos e mais de 200 advogados presos no Paquistão

Arquivo Geral

05/11/2007 0h00

Milhares de advogados do Paquistão saíram hoje às ruas em diversas cidades do país para denunciar o Estado de exceção em vigor desde sábado, treatment em protestos que já deixaram mais de 50 feridos e 200 presos.

Chega a cerca de 2 mil o número de “prisões preventivas” feitas no Paquistão desde que o presidente do país, tadalafil general Pervez Musharraf, help suspendeu a Constituição de 1973 e decretou Estado de exceção, medida que, segundo a oposição, esconde uma lei marcial.

As principais mobilizações foram registradas nas cidades de Karachi e Lahore, nas quais ocorreram 173 prisões e cerca de 40 pessoas ficaram feridas por causa da repressão feita por policiais com cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.

Na manifestação de Lahore, os advogados agrediram o líder regional do partido da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, o Partido Popular do Paquistão (PPP), e o acusaram de ter feito um acordo político com Musharraf em outubro.

Os protestos também obrigaram o Supremo Tribunal a suspender suas atividades pela primeira vez na história do Paquistão, até pelo menos a próxima quinta-feira.

O novo chefe do Supremo Tribunal, Abdul Hameed Dogar – que tomou posse no sábado após a destituição do até então presidente, Iftikhar Chaudhry -, disse que deveria esperar o fim dos protestos dos advogados antes de retomar a atividade.

Dogar foi um dos quatro juízes do Supremo que renovou seu juramento de lealdade ao presidente no sábado e assim reconheceu a nova ordem imposta pelo general.

Mas os outros integrantes do Supremo e a maioria dos juízes das altas esferas judiciais rejeitaram legitimar o Estado de exceção e consideraram o movimento de Musharraf uma violação à Constituição do país.

Chaudhry, que estava incomunicável desde sábado por ordem de Musharraf, conseguiu hoje falar por um telefone celular com um jornalista do jornal “The News” e reiterou que “tudo o que está ocorrendo é ilegal, inconstitucional e viola as ordens do Supremo Tribunal”.

O juiz, que no início do ano liderou um movimento sem precedentes contra o general, elogiou a atitude daqueles que se negaram a reconhecer o Estado de exceção e disse que os que renovaram seu juramento a Musharraf carecem de respaldo legal.

O presidente paquistanês decretou o Estado de exceção no sábado, alegando o aumento da violência de extremistas islâmicos e a “interferência” do Poder Judiciário na política do Governo.

Musharraf entre outras coisas, acusou o Supremo de ter soltado diversos militantes extremistas que depois participaram de “atentados atrozes”.

Chaudhry defendeu hoje a atuação da Justiça e disse que esta jamais foi indulgente com os terroristas; mas “não é possível começar a punir pessoas sem provas contra elas”, afirmou.

Outros dois ex-juizes do Supremo sob prisão domiciliar entraram em contato com canais privados de televisão e declararam que ainda consideram Chaudhry o chefe do tribunal máximo do Paquistão.

Um deles, Rana Bhagwandas, disse à “ARY TV” que os juízes que aceitaram renovar o juramento após a suspensão da Constituição deveriam ser julgados por “traição”.

Desde a decretação do Estado de exceção, a única rede de televisão que continua funcionando normalmente é a estatal, enquanto os canais privados tiveram suas retransmissões bloqueadas, o que transformou seus sites na única fonte independente de notícias para muitos cidadãos.

Na capital paquistanesa, as forças do Exército e paramilitares continuam mobilizadas em vários pontos estratégicos, e são mantidas barricadas e postos de controle nas principais ruas.

Musharraf declarou o Estado de exceção poucos dias antes do pronunciamento do Supremo sobre a validade da sua recente reeleição como presidente do país.

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