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Protesto em Roma distribui menu fictício contra Bolsonaro

O menu será distribuídos em restaurantes da capital italiana e em locais onde haverá concentração de visitantes por causa da cúpula do G20

FolhaPress

28/10/2021 16h39

Foto: Reprodução

Ana Estela de Sousa Pinto
ROMA, ITÁLIA

Pão mofado, pés de galinha, espinha de peixe e tomatinhos transgênicos estão no cardápio do “Ristorante da Bolsonaro”, um protesto organizado por ativistas brasileiros em Roma, aonde o presidente brasileiro chega nesta sexta (29).

O menu, estampado em verde amarelo, com uma mão em forma de arminha sobre a bandeira brasileira e o slogan “desde 2018”, será distribuídos em restaurantes da capital italiana e em locais onde haverá concentração de visitantes por causa da cúpula do G20, que começa no sábado.

“Uma seleção de pratos nascidos do desespero dos desempregados brasileiros”, diz o cardápio, que também faz menção a problemas ambientais e à situação da pandemia no Brasil. O primeiro prato, por exemplo, são sobras de macarrão aquecidas com “carvão de florestas destruídas em incêndios criminosos pelos proprietários de terras que apóiam o Bolsonaro”, e o osso de vitela servido como segundo prato tem como acompanhamento uma “pasta de casca de tomate geneticamente modificado contendo 421 pesticidas”.

Há pratos também com referência ao que ativistas descrevem como racismo e machismo em declarações do presidente –como, por exemplo, “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”, dita durante uma palestra no Rio em 2017, em referência a populações quilombolas.

“O Ristorante da Bolsonaro em Roma é uma obra de fantasia. O desespero do povo brasileiro, por outro lado, é real”, afirma o menu, que diz que o país não pode ser considerado um integrante do G20. Ativistas anti-Bolsonaro planejavam fazer uma manifestação na piazza Navona, onde fica a Embaixada do Brasil, que vai hospedar o presidente.

A segurança reforçada pelo governo italiano, no entanto, levou organizações, entre elas o Comitê Lula Livre, a optar pela nova estratégia. Na noite desta quinta, ainda havia a expectativa de que grupos contra e a favor do presidente fizessem manifestações em Roma durante sua estadia na Itália. Consultada, a Secretaria de Comunicação não havia comentado até as 16h (horário do Brasil).

Bolsonaro chega a Roma ao meio-dia da sexta (horário local, 7h no Brasil) e se encontra no começo da noite com o presidente da Itália, Sergio Mattarella. No sábado e no domingo, ele participa da cúpula do G20 e tem encontros bilaterais. Na segunda, viaja à cidade de Anguillara Vêneta, onde recebe o título de cidadão.

Esta é a primeira viagem do presidente brasileiro à Europa desde o começo da pandemia. Como ele se declara não vacinado, deverá fazer testes frequentes de detecção do coronavírus. No G20, a delegação brasileira deve defender a redução de subsídios em setores que interessam ao país, como o agropecuário, deve ser uma das prioridades, segundo Sarquis José Sarquis, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos do Itamaraty.

O embaixador afirma que alguns programas de apoio doméstico de grandes economias da União Europeia, Estados Unidos, China e Índia “acabam distorcendo as condições de mercado, acabam reduzindo preços de alimentos de forma artificial, o que faz com que países muito competitivos em alimentos, como Brasil e Argentina, não se beneficiem desses mercados”.

Na terça, antes de voltar ao Brasil, o presidente assiste em Pistoia uma cerimônia em homenagem aos pracinhas brasileiros que morreram na Segunda Guerra Mundial.

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