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Presidente sírio admite erros na repressão inicial às manifestações

Arquivo Geral

10/08/2011 16h23

O presidente da Síria, Bashar al Assad, comprometeu-se a fazer reformas políticas no país e admitiu erros na repressão inicial aos protestos em várias cidades, conforme declaração dos representantes do Brasil, Índia e África do Sul reunidos nesta quarta-feira com o governante em Damasco.

A declaração do Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (Ibas) foi divulgada pelo Itamaraty depois de os diplomatas do grupo encontrarem-se em Damasco com o presidente sírio, o que inicialmente não estava previsto na visita da missão que tenta mediar o conflito do regime sírio com a oposição.

“O presidente sírio expressou à delegação do Ibas seu compromisso com o processo de reforma que procura estabelecer uma democracia multipartidária, inclusive mediante uma reforma da Constituição”, como detalhou o documento.

Bashar al Assad afirmou que as reformas políticas estão sendo consultadas com a população síria e que o diálogo nacional vai continuar até alcançar uma nova legislação e um modelo adequado para a economia, acrescenta a declaração.

Como relataram os diplomatas do Ibas, o presidente sírio declarou que o processo de revisão da constituição será concluído entre fevereiro e março de 2012.

Assad “reconheceu que alguns erros foram cometidos pelas forças de segurança na fase inicial de resposta aos distúrbios” e esclareceu que “fizeram esforços para impedir que os mesmos se repitam”.

A repressão do regime sírio aos protestos iniciados em março em diferentes cidades do país deixou mais de 2 mil mortos, indicam dados de entidades de direitos humanos.

O fim do conflito é precisamente o principal objetivo da missão enviada pelo Ibas, cujos integrantes são atualmente membros não-permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU).

Uma semana atrás, os três países aprovaram o comunicado em que o Conselho de Segurança da ONU condenou o regime sírio pela violenta repressão à população civil desde o início dos protestos e pediu o fim imediato da violência.

Os membros do Ibas se opõem, no entanto, à aprovação de qualquer sanção à Síria ou intervenção no país, e defendem uma negociação entre o Governo e a oposição que coloque fim às violações aos direitos humanos e aos confrontos, e permita impulsionar as reformas exigidas pelos manifestantes.

A missão do Ibas é formada pelo vice-ministro de Relações Internacionais e Cooperação da África do Sul, Ebrahim Ebrahim, o subsecretário-geral para a África e o Oriente Médio do Itamaraty, Paulo Cordeiro, e o secretário adjunto para organizações internacionais da Chancelaria de Índia, Dilip Sinha.

Os diplomatas foram recebidos pelo ministro de Relações Exteriores sírio, walid al Muallem, quem afirmou que na oposição síria há setores economicamente desfavorecidos, intelectuais e acadêmicos, e grupos armados.

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