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O prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, chegou à Casa Branca, em Washington, por volta das 17h15 (horário de Brasília) para encontrar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pela primeira vez após meses de provocações mútuas.
O encontro estava previsto para começar por volta das 17h (horário de Brasília).
Trump, que construiu sua carreira na cidade de Nova York, declarou guerra a Mamdani desde que o democrata de 33 anos despontou nas eleições. O futuro prefeito aproveitou a polarização para também provocar o presidente americano.
Socialista democrático, Mamdani foi classificado por Trump como “um lunático comunista de carteirinha” durante a campanha. “[Ele] acaba de ganhar as primárias democratas e está a caminho de se tornar prefeito. Já tivemos esquerdistas radicais antes, mas isso está ficando um pouco ridículo”, escreveu Trump, em junho, em suas redes sociais.
Trump descreveu Mamdani como alguém que “parece TERRÍVEL”, com uma “voz irritante” e “não muito inteligente”. Disse ainda ser “muito mais bonito” do que o prefeito eleito.
Mesmo naturalizado americano desde 2018, Mamdani teve sua situação questionada por Trump. O presidente sugeriu que poderia prendê-lo ou deportá-lo caso o futuro prefeito se recusasse a cooperar com o ICE, a polêmica autoridade de imigração americana.
Durante a campanha, Trump ameaçou reter bilhões de dólares em financiamento para Nova York se Mamdani vencesse. O republicano chegou a declarar que a maior cidade dos EUA teria “ZERO chance de sucesso, ou mesmo sobrevivência” enquanto ele fosse presidente.
Mamdani respondeu com provocações. Eles descreveu-se como “o pior pesadelo de Donald Trump, como um imigrante muçulmano progressista que realmente luta pelas coisas em que acredito”, afirmou.
Ele usou a retórica anti-imigrante de Trump como motivo de união durante seu discurso de vitória. “Para chegar a qualquer um de nós, você terá que passar por todos nós”, afirmou o prefeito eleito. Na campanha, Mamdani acusou Trump de ter “traído os americanos” e criado divisões entre trabalhadores.
Socialista e comunista não são a mesma coisa. “Mamdani não é comunista”, escreveu Anna Grzymala-Busse, professora de estudos internacionais da Universidade Stanford ao site americano PolitiFact. “O comunismo envolve uma economia planificada centralmente, sem forças de mercado. Preços e quantidades são definidos por uma autoridade governamental central. Não há competição política democrática e, em vez disso, um único partido governa o país. Ele não está defendendo nada disso.”