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Polícia atira quase 96 vezes em homem negro durante abordagem nos EUA

O caso aconteceu em 21 de março, mas somente nesta terça-feira (9) foram divulgadas as imagens da ação policial

Redação Jornal de Brasília

10/04/2024 21h02

Foto: Banco de imagens

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

Policiais atiraram cerca de 96 vezes em homem negro durante uma abordagem de trânsito na cidade de Chicago, nos Estados Unidos. O caso aconteceu em 21 de março, mas somente nesta terça-feira (9) foram divulgadas as imagens da ação policial.

Dexter Reed, 26, morreu no local. Segundo informações do Gabinete Civil de Responsabilidade Policial (Copa, na sigla em inglês), Reed teria atirado primeiro contra os policiais, que, então, revidaram com quase 96 disparos -um dos agentes chegou a disparar 50 vezes- em um período de 41 segundos, mesmo após o homem sair de seu veículo e cair no chão.

As imagens registradas pelos mais de 30 vídeos feitos pelas câmeras corporais dos cinco policiais mostram o início da abordagem, na qual os agentes pedem a Reed que abra a janela e questionam o que ele estava fazendo. O homem, então, tentou subir novamente os vidros depois de abri-los, segundo a emissora americana CBS News, o que fez os policiais mandarem repetidamente que ele destrancasse as portas do veículo.

A polícia de Chicago afirmou por meio de comunicado que a motivação da abordagem policial foi um violação do uso do cinto de segurança. A chefe do Copa, Andrea Kersten, indagou em uma carta endereçada ao superintendente de polícia, Larry Snelling, se a motivação para a abordagem policial era verdadeira.

“O Copa não tem certeza de como os policiais poderiam ter visto esta violação do cinto de segurança, dada a sua localização em relação ao veículo e a tonalidade escura nas janelas”, escreveu Kersten no documento enviado em 1º de abril, ao qual a CBS teve acesso. “Esta evidência levanta sérias preocupações sobre a validade da abordagem de trânsito.”

O Gabinete, além disso, confirmou que Reed estava armado e deixou sua arma de fogo no banco do passageiro dianteiro e se voltou para a parte traseira de seu veículo com intuito de fugir. “Todos os quatro policiais dispararam novamente suas armas de fogo contra [o homem], atingindo-o várias vezes. [Ele] então caiu no chão e os tiros cessaram por um momento. Enquanto estava imóvel no chão, [um dos policiais] atirou mais três vezes”, escreveu Kersten. Reed chegou a ser transportado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

A chefe do Copa, por fim, recomendou ao superintendente da polícia o afastamento dos cinco policiais envolvidos no caso, especialmente o agente que disparou mais de 50 vezes contra a vítima. Segundo Kersten, os mesmos cinco policiais também estão envolvidos em outra investigação sobre uma abordagem de trânsito ocorrida no mês anterior ao caso de Reed.

O caso de Reed é associado a outros em que pessoas negras foram vítimas de violência policial nos EUA.

O mais emblemático é o de George Floyd, ocorrido em maio de 2020.

Na ocasião, um policial branco se ajoelhou no pescoço de Floyd, que era negro, enquanto ele estava algemado, de bruços, em uma rua no sul de Minneapolis.

Floyd morreu sufocado, apesar de dizer várias vezes que não estava conseguindo respirar. O crime desencadeou imensos protestos contra a violência policial e o racismo e levou a um julgamento de grande repercussão.

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