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Peru impõe toque de recolher em região onde protestos provocaram 18 mortes em um dia

Ao menos 40 pessoas morreram desde o início das manifestações em dezembro. Mas os casos de violência não têm coibido a organização de novos atos

FolhaPress

10/01/2023 18h41

Foto: AFP

O governo do Peru decretou nesta terça-feira (10) toque de recolher de três dias na cidade de Puno, novo epicentro dos protestos contra a presidente Dina Boluarte que voltaram a ganhar adesão nos últimos dias e agravam a crise instaurada no país desde a destituição de Pedro Castillo da Presidência.

A medida foi anunciada horas após o dia mais letal desde o início dos protestos. Na segunda-feira (9), 17 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e policiais na região de Juliaca, a 60 km de Puno. Além deles, a Defensoria peruana informou que um bebê recém-nascido também perdeu a vida porque não pôde ser levado a um hospital em razão de bloqueios nas rodovias.

Numa tentativa de frear os atos, o primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, anunciou o toque de recolher que deverá entrar em vigor ainda nesta terça, das 20h às 4h no horário local. A princípio, a medida será válida por três dias, mas poderá ser prorrogada.

Ao menos 40 pessoas morreram desde o início das manifestações em dezembro. Mas os casos de violência não têm coibido a organização de novos atos. Ao menos 53 trechos de rodovias estavam bloqueados nesta terça, segundo as autoridades peruanas. Piquetes que impedem a circulação de veículos foram registrados nas regiões de Puno, Cusco, Apurímac, Arequipa, Madre de Dios e Amazonas.

Os protestos contra Dina voltaram a ganhar adesão depois de uma trégua de duas semanas durante as festas de fim de ano. Os manifestantes exigem a renúncia da atual chefe do Executivo, a dissolução do Congresso, mudanças na Constituição e a libertação de Castillo.

Antes vice-presidente de Castillo, Dina é chamada de traidora pelos manifestantes contrários ao seu governo. Em tentativa de conter os protestos, ela declarou no mês passado estado de emergência e assinou decreto para que as Forças Armadas se juntem à polícia na repressão dos atos.

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