O Parlamento da Moldávia fracassou hoje em sua segunda tentativa de escolha do chefe do Estado, por isso o Legislativo terá que ser dissolvido, como estabelece a Constituição da antiga república soviética, encravada entre Ucrânia e Romênia.
O candidato da Aliança para a Integração Europeia (AIE), Marian Lupu, conseguiu 53 votos, mas precisava ter ao menos 61. O Partido Comunista, que tem 47 cadeiras no Parlamento, não participou da eleição, assim como no último dia 10 de novembro, quando aconteceu a primeira das duas votações previstas na Constituição.
A chefe dos parlamentares comunistas, Maria Postoico, declarou que a AIE realiza, no Governo, uma política contra o povo, transgredindo a Carta Magna.
“Seria uma traição ao povo, aos eleitores, ao país e a nós mesmos votar no candidato proposto pela Aliança”, disse a deputada, ao anunciar que sua legenda não participaria da votação.
Lupu era considerado afilhado político do antigo presidente, o comunista Vladimir Voronin, e candidato à sua sucessão quando ele completasse dois mandatos presidenciais permitidos pela Constituição.
No entanto, Voronin optou, no último momento, pela candidatura de sua primeira-ministra, Zinaida Greceanii. Lupu, então, passou a integrar a oposição liberal, que derrotou os comunistas nas últimas eleições parlamentares e quer a aproximação do país à União Europeia.
O fracasso da eleição de hoje obriga o presidente do Parlamento e chefe de Estado interino, Mihai Ghimpu, a dissolver o Legislativo e convocar eleições antecipadas.
No entanto, de acordo com a legislação local, o Parlamento só pode ser dissolvido um ano após sua última dissolução, ou seja, após 16 de junho de 2010.
Em seu discurso perante os deputados, Lupu defendeu a introdução de emendas à Constituição, visando estabelecer a eleição do presidente em votações diretas.
“Acho que podemos sair do colapso político em que se encontra o país mediante um plebiscito sobre a reforma da Constituição. Nessa consulta, é preciso colocar a pergunta sobre a eleição direta do presidente”, disse o candidato da AIE, citado pela agência russa “RIA Novosti”.
Lupu acredita que o plebiscito pode ser realizado entre março e maio do ano que vem, antes das eleições parlamentares antecipadas. Disse, ainda, que se trata de uma mudança gradual, que “não supõe a transformação da república parlamentar em presidencialista”.