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Panamá diz que China pode participar de licitações do Canal, apesar da pressão de Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirma que o canal está sob controle de Pequim porque a companhia de Hong Kong Hutchison Holdings opera os portos de Balboa (Pacífico) e Cristóbal (Atlântico)

Redação Jornal de Brasília

25/11/2025 23h24

Foto: Autoridade do Canal do Panamá/Handout/AFP

Foto: Autoridade do Canal do Panamá/Handout/AFP

A China participa em igualdade de condições na licitação da construção de dois novos portos no Canal do Panamá, afirmou nesta terça-feira (25) o administrador da via interoceânica, apesar das ameaças dos Estados Unidos de retomar seu controle.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirma que o canal está sob controle de Pequim porque a companhia de Hong Kong Hutchison Holdings opera os portos de Balboa (Pacífico) e Cristóbal (Atlântico).

Em meio a essas pressões, a empresa concordou em vender ambos os terminais a um conglomerado liderado pela americana BlackRock, mas a China vê a operação com desconfiança e agora suas empresas querem assumir as novas obras portuárias.

“Temos que estar abertos à participação de todas as partes interessadas”, disse a jornalistas o administrador do canal, Ricaurte Vásquez.

Também é necessário “fazê-lo com a maior concorrência”, indicou Vásquez, segundo o qual todas as empresas têm as mesmas oportunidades.

O executivo evitou especular sobre uma possível escalada de tensões com os Estados Unidos caso as obras fossem concedidas para empresas chinesas no futuro.

“A gente atravessa a ponte quando chega ao rio, então primeiro vamos ver como chegamos ao rio e depois discutimos sobre esse assunto”, acrescentou Vásquez diante de uma pergunta da AFP.

Na próxima segunda-feira, começará uma série de reuniões com diferentes consórcios como parte do processo para licitar a construção dos portos de Corozal, no Pacífico, e Telfers, no Atlântico, anunciou o administrador.

Entre as empresas interessadas estão as companhias de Hong Kong Cosco Shipping Ports e Orient Overseas Container Line (OOCL).

O canal prevê investir cerca de 8,5 bilhões de dólares (45,7 bilhões de reais) na próxima década para ampliar seus negócios. Além dos novos portos, o projeto inclui a construção de um gasoduto e de um novo reservatório.

A administração prevê licitar as obras dos dois terminais em 2026 e iniciar as operações em 2029.

Também manifestaram interesse empresas como a singapurense PSA International, a taiwanesa Evergreen, a alemã Hapag Lloyd, a dinamarquesa Maersk e a francesa CMA Terminals – CMA CGM.

Os cinco principais portos do Panamá estão próximos ao canal e são operados por concessionárias dos Estados Unidos, Taiwan, Hong Kong e Singapura.

O canal de 80 quilômetros, cujos principais usuários são os Estados Unidos e a China, movimenta 5% do comércio marítimo mundial.

Em 1977, Washington se comprometeu a ceder o controle da rota ao Panamá, após administrá-la por quase um século, e ela passou definitivamente às mãos panamenhas no último dia de 1999.

© Agence France-Presse

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