O subsecretário-geral da ONU para Operações de Paz, Alain Le Roy, disse que essa é a razão pela qual pediram ao Conselho de Segurança que na semana que vem conceda à missão na RDC (MONUC) uma extensão de somente seis meses.
“Consideramos muito importante reestruturar a força e modificar o mandato, para poder nos concentrar em assuntos em particular, entre os quais a prioridade é a proteção de civis”, disse em entrevista coletiva o responsável da ONU.
As mudanças são necessárias porque, atualmente, o mandato inclui 41 tarefas distintas, o que resulta em uma dispersão das forças. Além disso, a melhora das relações entre os Governos da RDC e da vizinha Ruanda mudou o panorama de segurança, disse Le Roy.
O representante da ONU também ressaltou a importância de que a MONUC se concentre na reforma e treinamento dos corpos de segurança congoleses, aos quais numerosos integrantes de antigos grupos armados se uniram nos últimos tempos.
“Nossa intenção é discutir nos próximos seis meses, de janeiro a junho, estes assuntos com as autoridades congolesas e chegar a um acordo sobre a reestruturação”, assegurou o diplomata francês, que descartou a possibilidade de que um mandato mais curto seja o primeiro passo na desmobilização da MONUC.
A missão de paz foi alvo de duras críticas nos últimos meses, particularmente por causa de seu respaldo à ofensiva do Exército da RDC contra os rebeldes hutus das Forças Democráticas para a libertação de Ruanda (FDLR).
Um relatório de um grupo de especialistas do Conselho de Segurança da ONU divulgado na segunda-feira assegurou que as operações militares “fracassaram em desmantelar estruturas militares e políticas (do FDLR) no terreno no leste da RDC”.
As críticas contidas no documento se unem às feitas em outubro pelo relator especial da ONU para as execuções extrajudiciais, Philip Alston, que denunciou o alto custo humanitário da ofensiva apoiada política e materialmente pela missão da ONU.