O Conselho de Segurança da ONU voltou a mostrar nesta segunda-feira sua “grande preocupação” com a crise de fome que afeta a Somália, e pediu a todos os grupos armados que lá operam para permitirem a distribuição “plena, segura e sem restrições” da ajuda humanitária que “todo o país” necessita.
“Pedimos a todas as partes envolvidas e a todos os grupos armados que deem os passos necessários para garantir a segurança e a proteção dos povoados afetados pela seca, do pessoal humanitário e das provisões”, afirmou o presidente rotativo do Conselho, o indiano Hardeep Singh Puri, em comunicado.
O novo apelo do principal órgão internacional de segurança ocorre quando já são cinco as regiões da Somália nas quais a ONU decretou estado de crise de fome, e enquanto persistem os problemas para entregar ajuda humanitária em certas áreas do país controladas por milícias.
Os membros do Conselho de Segurança reiteraram assim sua “grande preocupação perante a contínua instabilidade na Somália, que levou a vários problemas como terrorismo, pirataria, sequestros e uma desesperadora situação humanitária”, embora tenham reconhecido “a recente melhora da segurança em Mogadíscio”.
Desde 1991, quando foi derrubado o ditador Mohammed Siad Barre, a Somália viveu uma constante guerra civil e carece de um Governo efetivo, enquanto seu território é controlado por milícias fundamentalistas islâmicas, senhores da guerra tribais e em alguns casos, grupos de bandidos armados.
A fraqueza e o confronto entre as instituições transitórias somalis permitiram à milícia radical islâmica de Al Shabab, vinculada à Al Qaeda, aumentar seu poder e domínio territorial nos últimos anos.
Esse grupo, que impos muitos impedimentos à entrega de ajuda humanitária mediante a situação de crise de fome que afeta o país, pretende derrubar o Governo transitório e estabelecer um estado muçulmano de tradição wahhabista no Chifre da África.