Menu
Mundo

OCDE eleva previsão de crescimento de 2025 para EUA, China e zona do euro

Apesar de tarifas e incertezas políticas, EUA, China e zona do euro devem superar previsões iniciais; organização alerta para fragilidades futuras em caso de novas restrições comerciais

Redação Jornal de Brasília

02/12/2025 18h03

Foto: Eric Piermont / AFP

Foto: Eric Piermont / AFP

Os protagonistas da economia mundial — Estados Unidos, China e zona do euro — vão registrar um crescimento maior do que o previsto inicialmente em 2025, apesar do impacto das tarifas e das incertezas políticas, segundo as atualizações atualizadas divulgadas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) nesta terça-feira (2).

A organização, no entanto, alerta sobre futuras “fragilidades” vinculadas a eventuais novas tarifas aduaneiras ou a uma generalização de restrições às exportações de produtos críticos, como as terras raras.

“A economia mundial foi resiliente este ano, apesar dos temores de uma desaceleração mais acentuada devido ao aumento dos obstáculos ao comércio e à forte incerteza relacionada à ação pública”, destaca o relatório.

Após um crescimento de 3,3% em 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve registrar uma leve desaceleração, a 3,2% em 2025 e 2,9% em 2026, sem alterações na comparação com as variações de setembro. Em 2027, deverá crescer 3,1%.

Entre os fatores de resistência, a OCDE cita a antecipação do aumento das tarifas, os investimentos relacionados à inteligência artificial (IA), a redução das taxas de juros por parte dos bancos centrais e as políticas fiscais de apoio à demanda.

– EUA e zona do euro –

O desejo de Donald Trump de aumentar as tarifas sobre os produtos que entram nos Estados Unidos provocou uma onda de agora no início do ano. O fluxo diminuiu desde então, acompanhado por uma desaceleração econômica no segundo semestre do ano.

Desde o anúncio das tarifas, Washington assinou acordos comerciais com a União Europeia, Japão, Suíça e Reino Unido, entre outros. A OCDE calculou a taxa efetiva das tarifas sobre as importações americanas em 14% no final de novembro, contra 15,4% em junho.

Os Estados Unidos registraram um avanço de 0,2 ponto percentual na previsão de crescimento para 2025 e 2026, de 2% e 1,7% respectivamente, apesar das restrições no mercado de trabalho, da inflação persistente e da “fragilidade temporária” dos bloqueios orçamentários.

A maior economia mundial resiste melhor ao impacto das tarifas e ao retrocesso da imigração líquida, compensada por “investimentos muito importantes em software e equipamentos de processamento de informação, além do bom desempenho dos mercados de ações”.

A zona do euro também melhorou sua previsão para 1,3% em 2025 (+0,1 pp em relação a setembro) e para 1% em 2026 (+0,2 pp), embora com sua maior economia, a Alemanha, com um leve crescimento de 0,3% (sem mudanças) em 2025 e 1% em 2026 (-0,1 pp).

Penalizada pela instabilidade política e orçamentária, a França deve registar um crescimento de 0,8% (+0,2 pp) este ano, impulsionado pelas exportações aeronáuticas e pelos investimentos das empresas, e de 1% (+0,1 pp) em 2026.

A Espanha terá uma maior expansão entre as principais economias da zona do euro, com 2,9% este ano (+0,3) e 2,2% (+0,2) em 2026.

– China e países emergentes –

A organização com sede em Paris aponta que em muitas economias de mercado emergentes, “o crescimento do PIB também resistiu surpreendentemente bem”, como na China, cuja previsão sobe para 5% (+0,1 pp) em 2025 e permanece estável para 2026, a 4,4%.

Em relação à América Latina, “a região seguirá crescendo lentamente”, afirmou Aida Caldera, chefe de divisão no departamento de economia da OCDE, ao detalhar que a conjuntura global se soma neste caso a “inflação” elevada em vários países e o espaço fiscal “limitado”.

As economias latino-americanas estão, em troca, “menos expostas, em média, às tarifas aduaneiras dos Estados Unidos” em comparação com outras emergentes, exceto o Brasil, com uma média efetiva acima de 30%, detalhou Caldera.

O Brasil, maior economia da América Latina, deve crescer 2,4% (+0,1 pp) em 2025, antes de sofrer uma desaceleração para 1,7% em 2026, pelo impacto do aumento das taxas de juros nos investimentos, segundo o relatório.

A OCDE impediu em 0,1 pp percentual as projeções para o México, a 0,7% neste ano e 1,2% em 2026. As restrições para a Argentina também foram alteradas: 4,2% (-0,3 pp) em 2025 e 3% (- 1,3 pp) em 2026.

Na Argentina, “as pressões sobre a taxa de câmbio evidenciaram as vulnerabilidades macroeconômicas remanescentes e a incerteza política”, aponta o relatório, que destaca o ambiente mais favorável para os negócios e a queda da inflação.

AFP

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado