O candidato democrata à Casa Branca, check Barack Obama, se trancou hoje com seus assessores na Flórida, onde se prepara para o primeiro debate com seu adversário de campanha, o republicano John McCain, que segue em frente com sua atribulada agenda eleitoral.
Os dois presidenciáveis ficarão frente a frente na sexta-feira, no Mississipi, durante um debate de 90 minutos que girará em torno de dois temas nos quais McCain é muito forte: a política externa e a segurança nacional.
O confronto, o primeiro de três que acontecerão entre sexta-feira e 15 de outubro, vai ser realizado justo quando McCain e Obama aparecem empatados tecnicamente nas pesquisas.
A embate de idéias também será travado em meio à pior crise financeira dos últimos 80 anos, assunto que acabará vindo à tona na sexta-feira.
A respeito do debate, os observadores dizem que qualquer passo em falso poderá ser fatal para as ambições presidenciais dos dois candidatos, o que explica o fato de as duas campanhas estarem há semanas se preparando para o encontro.
Obama vai intensificar sua preparação a partir de hoje, quando começa uma estada de três dias na Flórida, durante a qual vai se dedicar de modo quase exclusivo ao confronto com McCain.
Nesta terça-feira, o senador por Illinois deu uma entrevista a uma emissora de TV, mas, fora isso, quase não tem compromissos em sua agenda, o que seu escritório de campanha confirmou à Agência Efe.
Greg Craig, o advogado que defendeu o então presidente Bill Clinton no caso Monica Lewinski, vai fazer o papel de McCain nas sessões de treino de Obama.
Além de ter assessorado Clinton, Craig foi o arquiteto da defesa do homem que tentou matar o presidente Ronald Reagan, e tem entre seus clientes o pais de Elián Gonzáles, o menino cubano responsável por uma batalha jurídica que realçou a disputa entre os Governos de Cuba e dos EUA.
O renomado advogado já está acostumado aos preparativos do qual participa, uma vez que “interpretou” o atual chefe de Estado americano, George W. Bush, quando o democrata John Kerry afiava sua retórica para os debates das eleições de 2004.
Obama, um político com dotes de orador, tem um desempenho irregular nos debates, campo de batalha no qual o combativo McCain parece sentir-se mais confortável.
Na sexta-feira, o presidenciável democrata terá de convencer os eleitores de que é a pessoa certa para liderar o necessário processo de mudança em um país com duas guerras em aberto e uma economia em queda livre.
No caso de McCain, o debate vai lhe oferecer a oportunidade de provar que está em plena forma, mesmo aos 72 anos, e de alimentar as dúvidas dos eleitores sobre a experiência e a capacidade de liderança de seu adversário.
O senador pelo Arizona, um veterano da Guerra do Vietnã e fervoroso defensor do conflito no Iraque, aparentemente sai em vantagem, já que domina os temas que serão abordados no embate.
McCain passou as últimas semanas se preparando para o confronto do fim da semana, mas não divulgou quem fará o papel de Obama nos “exercícios” de última hora.
Hoje, o candidato republicano tem agendados vários atos em Ohio e Michigan. No fim do dia, ele ainda viaja para Nova York, onde amanhã deve se reunir com o presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, com o da Ucrânia, Viktor Yushchenko, e com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
Na quinta-feira, senador passará a manhã em Nova York, e à tarde seguirá para a Universidade do Mississipi, sede do debate.
Ao que parece, McCain passará quinta e sexta-feira treinando para o confronto com Obama, que começará às22h (de Brasília).