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Mundo

Novo ataque com drone contra Moscou danifica prédio próximo ao Kremlin

Ainda que a ofensiva não tenha provocado danos graves, a presença de drones na capital russa causa desconforto ao governo de Vladimir Putin

Redação Jornal de Brasília

18/08/2023 10h58

Foto: IStock/Divulgação

(FOLHAPRESS)

Moscou voltou a ser alvo de ataque com drone na noite desta quinta-feira (17). Autoridades locais admitem que um dos equipamentos conseguiu invadir o espaço aéreo da capital antes de ser destruído. Segundo o Kremlin, ninguém ficou ferido, mas a queda de destroços danificou um prédio na região central.

Ainda que a ofensiva não tenha provocado danos graves, a presença de drones na capital russa causa desconforto ao governo de Vladimir Putin. O episódio é o mais recente de uma série de ataques utilizando esse tipo de artefato, incluindo contra o Kremlin e cidades perto da fronteira ucraniana.

Uma testemunha disse à agência de notícias Reuters que estava na área e ouviu um barulho “muito forte”. Imagens divulgadas nas redes sociais que não puderam ser verificadas de forma independente mostram o que seria o momento do ataque, com uma explosão próxima a prédios com vidros espelhados.

O prefeito de Moscou, Serguei Sobianin, disse que os destroços atingiram uma instalação do complexo Expo Center. O local, a menos de cinco quilômetros do Kremlin, reúne salões multifuncionais e espaços para exposições. Segundo a agência Tass, uma das paredes de um pavilhão desabou parcialmente. O ataque aconteceu por volta das 4h desta sexta-feira no horário local (22h de quinta em Brasília).

“O regime de Kiev lançou outro ataque terrorista usando um veículo aéreo não tripulado contra alvos em Moscou”, disse o Ministério da Defesa russo. Por precaução, as autoridades suspenderam o tráfego aéreo na capital, que já foi restabelecido. Sete voos foram redirecionados para aeroportos alternativos.

A capital russa, que no início da Guerra da Ucrânia não sofreu ataques, virou um alvo frequente de ofensivas com drones atribuídas à Ucrânia. Por serem relativamente pequenos, esses equipamentos são mais difíceis de serem detectados pelas forças de defesa. Um deles, em maio, explodiu sobre o Kremlin, sede do governo russo e um dos locais mais fortificados do mundo.

No início de julho, Moscou disse ter abatido cinco equipamentos ucranianos que teriam sido lançados sobre o aeroporto de Vnukovo, na capital. Há duas semanas, dois ataques com drones provocaram danos na fachada de um arranha-céu no distrito de Moscow-City, que concentra escritórios de três ministérios russos (Desenvolvimento Econômico, Digital e Indústria e Comércio) e de empresas de tecnologia.

Sem comentar diretamente a autoria das ofensivas, o líder da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chegou a dizer no mês passado que o conflito estava chegando à Rússia. “A guerra está voltando ao território russo, aos seus centros simbólicos e bases militares, um processo inevitável”, afirmou.

Outro foco das hostilidades é o mar Negro, onde as tensões aumentaram após Moscou abandonar em meados de julho o acordo mediado pela ONU e pela Turquia que permitia a exportação de grãos ucranianos. Nesta quinta à noite, o Ministério da Defesa russa disse que as forças do país impediram um novo ataque com um drone naval contra sua frota na região.

Segundo a pasta, o drone ucraniano tinha como alvos dois barcos de patrulha que “cumpriam tarefas de controle de navegação” a 237 quilômetros a sudoeste de Sebastopol, na Crimeia anexada. “O aparelho inimigo sem tripulação foi destruído pelos disparos dos navios russos sem conseguir cumprir seu objetivo”, disse o governo em nota oficial.

Um dos alvos seria o navio Vassili Bikov, que no domingo disparou tiros de advertência contra um cargueiro de uma empresa turca que seguia para o porto ucraniano de Izmail. Desde o fim do acordo de exportação de grãos, os dois lados ameaçam atacar os navios de carga que avançam em direção aos portos do lado considerado inimigo.

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