Menu
Mundo

NASA cancela lançamento programado para hoje de foguete à Lua

A ideia da NASA é lançar cerca de uma missão por ano com o objetivo de estabelecer uma presença humana constante na Lua

Redação Jornal de Brasília

29/08/2022 11h32

Foto: Nasa

O lançamento do novo megafoguete da NASA à Lua foi cancelado nesta segunda-feira (29) por um problema técnico com um de seus principais motores, uma decepção para a agência espacial americana, que agora terá que aguardar as próximas datas possíveis de lançamento.

Cinquenta anos após o último voo Apollo, a missão não tripulada Artemis 1 marcará o início do programa americano para retornar à Lua, que deve permitir que a humanidade chegue a Marte. “A gerente de lançamento pediu para cancelar o dia”, disse a NASA.

As próximas datas de lançamento possíveis são 2 e 5 de setembro.

Mas o problema terá que ser avaliado em detalhes pelas equipes da NASA antes de determinar quando ocorrerá. O lançamento estava programado para 08h33 (9h33 de Brasília) da Plataforma de Lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy, na Flórida.

Mas à medida que o sol se erguia sobre o enorme foguete laranja e branco de 98 metros de altura, a decolagem tornou-se cada vez mais improvável.

Os tanques do foguete – o mais potente do mundo – foram enchidos durante a noite com mais de três milhões de litros de hidrogênio e oxigênio líquidos ultrafrios. Mas o abastecimento começou com uma hora de atraso devido ao risco muito alto de raios.

Um vazamento então causou uma pausa durante o enchimento do segmento principal com hidrogênio, antes que uma solução fosse encontrada e o fluxo retomado.

Por volta das 07h, um novo problema era investigado. Um dos quatro motores RS-25, sob o segmento principal do foguete, não conseguiu atingir a baixa temperatura desejada, condição necessária para poder acioná-lo.

A contagem regressiva parou e, depois de mais de uma hora e meia de tentativa de resolver o problema, a diretora de lançamento da NASA, Charlie Blackwell-Thompson, tomou a decisão de cancelar.

Sonhos e esperanças

Entre 100.000 e 200.000 pessoas, incluindo a vice-presidente Kamala Harris, deveriam presenciar ao vivo o lançamento hoje. O objetivo de Artemis 1 é testar o foguete SLS e a cápsula de tripulação Orion em sua parte superior.

Orion será lançada sem tripulação na órbita ao redor da Lua para ver se o veículo é seguro para os futuros astronautas, entre os quais estão previstos a primeira mulher e a primeira pessoa negra na superfície lunar.

“Essa missão carrega os sonhos e esperanças de muitas pessoas”, comentou o chefe da NASA, Bill Nelson. “Agora somos a geração Artemis”.

Dois minutos depois do lançamento do SLS, os propulsores vão retornar à Terra e cair no Atlântico. Oito minutos depois, o segmento principal se separará e aproximadamente uma hora e meia depois, um último impulso enviará a cápsula rumo à Lua, onde levará vários dias para chegar.

A principal meta é testar o escudo térmico da cápsula, que retornará à atmosfera terrestre a quase 40.000 km/h, e a uma temperatura que chegada à metade da superfície do Sol.

No lugar dos astronautas, manequins equipados com sensores vão registrar as vibrações e níveis de radiação.

A cápsula se aventurará até 64.000 km depois da Lua, a maior distância já alcançada por uma nave adaptada para transportar uma tripulação.

Viver na Lua

“O que estamos começando (…) não é um sprint de curto prazo, mas uma maratona de longo prazo”, disse Bhavya Lal, administrador associado da NASA.

Após esta primeira missão, Artemis 2 levará astronautas à Lua em 2024, sem pouso, uma honra reservada à tripulação do Artemis 3, mas que não será antes de 2025.

Até essa data, a ideia da NASA é lançar cerca de uma missão por ano com o objetivo de estabelecer uma presença humana constante na Lua, construir a estação espacial Gateway que orbita em torno dela e instalar uma base na superfície lunar.

Nesse cenário, a humanidade teria que aprender a viver no espaço e testar a tecnologia necessária para uma viagem de vários anos de e para Marte, que poderia ser concluída “no final da década de 2030”, segundo Nelson.

Mas antes disso, ir à Lua também é estratégico, contra as ambições de nações concorrentes, em particular a China.

“Queremos ir para o polo sul (da Lua), onde estão os recursos”, especialmente água na forma de gelo, disse Nelson à NBC.

“Não queremos que a China vá a esse lugar e diga ‘este é o nosso território'”.

© Agence France-Presse

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado