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Meloni diz que é prematuro assinar acordo entre UE e Mercosul

Falando ao Parlamento italiano antes de uma reunião de cúpula da UE, ela afirmou que o acordo precisa de garantias adequadas de reciprocidade para o setor agrícola

Redação Jornal de Brasília

17/12/2025 10h56

Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

Foto: ANDREAS SOLARO / AFP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, disse nesta quarta-feira (17) que seria “prematuro” para a União Europeia assinar um acordo comercial com o Mercosul.

Falando ao Parlamento italiano antes de uma reunião de cúpula da UE, ela afirmou que o acordo precisa de garantias adequadas de reciprocidade para o setor agrícola.

Meloni disse ainda estar confiante que as condições para assinatura do acordo comercial podem ser alcançadas no início do ano que vem.

Havia a expectativa de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajasse para o Brasil neste sábado (20) para assinar o acordo, alcançado há um ano depois de 25 anos de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Porém ela precisa ter o aval do Conselho da UE, que tem os 27 países-membros. A França já declarou sua oposição ao acordo e tem o apoio de Polônia e Hungria, o que deixa próximo de uma minoria de bloqueio antes inimaginável no conselho.

Para barrar uma proposta no fórum, que funciona como um colegislador e é formado por ministros dos 27 integrantes do bloco, é preciso reunir ao menos quatro países e uma fatia correspondente a 35% da população da UE. O quarto país deve ser a Itália.

Se Áustria e Irlanda, que já expressaram simpatia pela posição francesa, aderirem à minoria, muito provavelmente a Dinamarca, que ocupa a presidência temporária da UE, não submeteria o acordo à votação na quinta, acatando o pedido de adiamento.

Para tentar convencer os franceses a aceitarem o acordo, o Parlamento Europeu aprovou o texto na terça-feira (17) com as salvaguardas pedidas para amenizar a intransigência da França, principal opositora do tratado.

A Casa adotou uma regra mais severa que a proposta formulada pela Comissão Europeia. Bruxelas lançará uma investigação se a flutuação nos preços de mercadorias sensíveis for maior do que 5%, contra 10% do texto inicial. Será exigido também que os produtos do Mercosul sejam sancionados se não cumprirem com os exigentes padrões sanitários e ambientais do bloco.

O lado sul-americano tem interesse no acordo pelos produtos agrícolas, enquanto o lado europeu se interessa pela exportação com tarifas mais baixas ou zeradas de veículos, máquinas, serviços e vinhos.

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