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Médicos Sem Fronteiras pede cessar-fogo em Gaza, uma ‘urgência vital’

Um mês após o sangrento ataque cometido pelo grupo islamita Hamas em Israel, MSF descreveu uma “situação humanitária catastrófica” no território palestino

Redação Jornal de Brasília

07/11/2023 11h28

Foto: Palestinian Ministry of Foreign Affairs

A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) lançou, nesta terça-feira (7), um apelo por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, considerando-o indispensável para organizar a resposta humanitária e uma “urgência vital para a população do território palestino bombardeado por Israel.

Um mês após o sangrento ataque cometido pelo grupo islamita Hamas em Israel, MSF descreveu uma “situação humanitária catastrófica” no território palestino mergulhado em uma “guerra total”, segundo a diretora da organização, Claire Magone.

“A população está esgotada, e os socorristas, praticamente impotentes. Ante a hecatombe, um cessar-fogo é uma questão de urgência vital”, declarou Magone, durante uma entrevista coletiva na sede da organização, em Paris.

“Atualmente, há apenas sinais enganosos de humanidade e discussões dilatórias”, denunciou, depois de evocar as “pausas táticas” discutidas entre Israel e Estados Unidos para permitir uma trégua humanitária.

A ONG, que tem cerca de 300 funcionários palestinos, retirou há poucos dias seus 22 membros expatriados, mas espera obter rapidamente acesso a uma nova equipe.

“A situação em Gaza era insustentável desde o início. Nenhum lugar é seguro. É uma guerra total, uma tragédia sem saída”, declarou Louis Baudoin-Laarman, um dos retirados e diretor de Comunicação de MSF para a Palestina.

Baudoin-Laarman disse que “as bombas estão caindo por toda parte” e que dezenas de milhares de pessoas deslocadas estão amontoadas em acampamentos superlotados da ONU em condições desastrosas.

“Em Khan Yunis [sul da Faixa de Gaza], havia cerca de 45.000 pessoas, oito banheiros, duas horas de água a cada 12 horas”, descreveu.

O diretor do Programa de Emergência de MSF, Michel-Olivier Lacharité, falou em um sistema de atenção médica saturado.

“Existem 3.500 leitos na Faixa de Gaza, dos quais 2.000 no norte, apesar de os feridos serem, segundo as autoridades de Gaza, 25.000”, completou.

“Os hospitais são, tradicionalmente, locais de refúgio em Gaza. Não é mais assim”, lamentou.

“Apenas um cessar-fogo pode permitir que se organize a ajuda e se permita uma resposta humanitária”, insistiu Lacharité, acrescentando que cerca de 500 caminhões de ajuda entraram em Gaza pela fronteira egípcia em um mês, quando esse é o volume diário em tempos “normais”.

© Agence France-Presse

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