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Macron pede para que aliados da Ucrânia ‘não sejam covardes’

Com a visita à República tcheca, Macron pretendia destacar sua “atenção especial” à Europa Central, explicou sua equipe à imprensa

Redação Jornal de Brasília

05/03/2024 18h43

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu, nesta terça-feira (5), em Praga, para que os aliados da Ucrânia “não sejam covardes” diante de uma Rússia “que se tornou imparável”, supostamente assumindo suas declarações polêmicas sobre a possibilidade de enviar tropas ocidentais ao país em guerra.

“Sem dúvida, estamos entrando em um momento da nossa Europa em que será conveniente não sermos covardes”, disse no início de sua visita à República Tcheca, fazendo referência a “potências imparáveis” que “estão expandindo a ameaça a cada dia, atacando-nos mais”.

“Temos que estar à altura da história e da coragem que isso implica”, insistiu.

O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, reagiu afirmando que as “discussões sobre ter mais ou menos coragem” não são necessárias. “Isso não ajuda realmente a resolver os problemas” na Ucrânia, acrescentou.

Com a visita à República tcheca, Macron pretendia destacar sua “atenção especial” à Europa Central, explicou sua equipe à imprensa.

“É ou não é a nossa guerra? Podemos nos desviar, considerar que as coisas podem continuar assim? Não acredito, portanto é um salto estratégico que solicitei e assumo plenamente”, explicou o presidente francês, salientando que “a clareza” das suas declarações era “o que a Europa precisava”.

“Não queremos nenhuma escalada, nunca fomos a favor da beligerância”, insistiu.

Durante uma conferência internacional em 26 de fevereiro no Palácio do Eliseu, Macron causou desconforto entre os outros aliados de Kiev ao assumir uma “ambiguidade estratégica” para que o presidente russo, Vladimir Putin, soubesse que tudo seria feito para impedir que ele “ganhasse esta guerra”.

Ele explicou na ocasião que o envio de militares ocidentais à Ucrânia não poderia ser “descartado” no futuro, embora tenha reconhecido que atualmente não havia um “consenso”.

Muitos dos aliados ocidentais da Ucrânia, como Estados Unidos, Alemanha, Itália, Polônia, Espanha e República Tcheca, rejeitaram rapidamente essa possibilidade. O governo francês esclareceu em seguida que se tratava de missões de não combatentes.

“Acredito que é necessário” diante “do risco que corremos sofrer”, reiterou Macron a alguns jornalistas ao fim da visita desta terça-feira, pedindo “retomar a iniciativa”.

O presidente tcheco, Petr Pavel, deu seu apoio a Macron, declarando-se “partidário da busca por novas opções, incluindo um debate sobre uma possível presença na Ucrânia”, sem cruzar a “linha vermelha” do envio de “tropas de combate”.

O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, declarou que o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, “nunca pediu tropas estrangeiras para lutar por seu país” e garantiu que Kiev “só pede as ferramentas e capacidades” para resistir.

© Agence France-Presse

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