O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, afirmou hoje que seu Governo não terá acesso a cerca de US$ 2 bilhões em ajudas caso as relações do país com a comunidade internacional não voltem ao normal com o cumprimento total do acordo assinado para resolver a crise política.
Em declarações à rádio “HRN”, Lobo disse que há o risco de que o Governo hondurenho não tenha acesso à verba “pelo menos nos primeiros meses do próximo ano”.
Segundo o presidente eleito, esses fundos correspondem a programas de ajuda a Honduras ligados a diversos países e organismos financeiros como o Banco Centro-Americano de Integração Econômica (BCIE) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O BCIE suspendeu a entrega de verbas a Honduras devido a uma decisão dos países do Sistema da Integração Centro-Americana (Sica) tomada após a derrubada do presidente deposto, Manuel Zelaya, em 28 de junho.
Os recursos desses organismos incluem “empréstimos com condições muito vantajosas que serão muito necessários para que possamos iniciar um Governo que atenda o básico de nossa população”, acrescentou Lobo, do opositor Partido Nacional e cujo Governo assume em 27 de janeiro de 2010.
O presidente eleito reiterou que os presidentes da Costa Rica, Oscar Arias, e do Panamá, Ricardo Martinelli, lhe disseram ontem em San José que a comunidade internacional pede o cumprimento total do acordo assinado em 30 de outubro por Zelaya e pelo governante de fato, Roberto Micheletti, para normalizar suas relações e ajudar Honduras.
Segundo Lobo, depois que o Parlamento hondurenho rejeitou, no último dia 2, a restituição de Zelaya na Presidência, o acordo deve ser cumprido com a formação de um Governo de reconciliação e de uma Comissão da Verdade.
Os membros da comunidade internacional “já não contemplam o retorno do presidente Zelaya, eles dizem que o Congresso já decidiu”, acrescentou.